Investigação em células estaminais no Biocant resultou em cinco patentes em dois anos

Parque tecnológico em Cantanhede tem conseguido alguns avanços para aplicações clínicas e novos fármacos com células capazes de regenerar tecidos e órgãos.

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O Biocant acolhe nesta sexta-feira o Encontro Internacional em Células Estaminais para Rastreio de Fármacos e Medicina Regenerativa Carla Carvalho Tomás

A investigação em células estaminais (do cordão umbilical) no parque tecnológico Biocant, em Cantanhede, resultou, nos últimos dois anos, em cinco patentes, duas delas já licenciadas a empresas, disse o investigador Lino Ferreira.

As duas patentes estão relacionadas com aplicações clínicas e uma terceira está “em vias de dar origem a um projecto empresarial” no âmbito do rastreio e criação de novos fármacos. As duas patentes restantes, indicou, estão em fase de ver identificado qual o melhor método de exploração.

Lino Ferreira, investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra é um dos especialistas que participam, sexta-feira, no Biocant, no Encontro Internacional em Células Estaminais para Rastreio de Fármacos e Medicina Regenerativa.

O investigador afirmou que o encontro “vai debater o ‘estado da arte’ da investigação a nível mundial” em células estaminais. Uma das linhas de debate, disse Lino Ferreira, diz respeito à utilização das células estaminais na identificação de novos fármacos, nomeadamente em doenças cardiovasculares, “área em que houve desenvolvimentos recentes”, nomeadamente na avaliação toxicológica.

A aplicação no âmbito da medicina regenerativa, para regeneração de tecidos e órgãos é outro dos pontos em debate, concretamente a necessidade “de levar as células [no corpo humano] aos sítios onde são necessárias”. “Quando são injectadas no sangue temos de as conseguir levar para o sítio certo, para não se perderem na via sanguínea. E essa necessidade está a ser explorada e investigada”, explicou Lino Ferreira.

“Como originar células estaminais?” é a terceira questão que será debatida na reunião, com a discussão científica centrada em saber se aquele tipo de células indiferenciadas (que têm capacidade de gerar outros tipos de células existentes no organismo) se resume às existentes no corpo humano ou se podem ser criadas a partir de células adultas, diferenciadas.

Para além de Lino Ferreira, o encontro contará com a presença de outros investigadores nacionais como Pedro Granja (Instituto de Engenharia Biomédica - Universidade do Porto) ou Cláudia Lobato, do Instituto Superior Técnico. A nível internacional, estarão presentes, entre outros, especialistas em medicina regenerativa como Molly Stevens, do Imperial College de Londres, Jeffrey Karp, (Universidade de Harvard) ou investigadores ligados à indústria farmacêutica especialistas na utilização de células estaminais para identificação de fármacos.

 
 
 

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