Dívidas da Braga 2012 Capital da juventude chegam a tribunal

Companhia de teatro e agência de viagens exigem 14 mil euros que ainda não lhes foram pagos

Uma companhia de teatro e uma agência de viagem ainda não receberam pelos serviços prestados, no ano passado, para a Capital Europeia da Juventude, em Braga. As duas estruturas estão agora a exigir em tribunal estes pagamentos, que ascendem a 14 mil euros.

A Fundação Bracara Augusta, que organizou o evento, não desmente a existência de dívidas, mas atribui responsabilidades ao atraso na reprogramação da candidatura a fundos comunitários que permitiu financiar a Braga 2012.

Os dois processos de execução deram entrada nas últimas semanas no Tribunal Judicial de Braga. O primeiro remonta a 28 de Junho e foi interposto pela agência de viagens Club Tour, sediada no Porto. A queixa entregue no tribunal diz respeito ao pagamento de viagens organizada no âmbito da Capital da Juventude, totalizando 9018,53 euros.

Anteontem, um novo processo referente ao atraso de pagamentos da Braga 2012 foi apresentado no mesmo tribunal. Desta feita são exigidos 4855,11 euros pela companhia de teatro Cão Danado, do Porto. Em causa estão dois espectáculos apresentados por aquela estrutura artística no âmbito do programa de encerramento da Capital Europeia da Juventude e que, seis meses depois, ainda não foram pagos.

Contactada pelo PÚBLICO, a companhia – que continua a colaborar com a Fundação Bracara Augusta e com o GNRation, um equipamento surgido no âmbito da Braga 2012 – não quis pronunciar-se sobre o tema, limitando-se a informar que o assunto está entregue aos respectivos advogados.

A Fundação Bracara Augusta não desmente a existência de dívidas, mas diz ser “estranha” a atitude da companhia de teatro e da agência de viagens. As duas entidades que avançaram para tribunal para exigir o pagamento pelos seus serviços estiveram “recentemente” em contacto gabinetes financeiros e jurídicos da organização da Braga 2012 “no sentido de procurar a melhor solução para as partes”, informa, em comunicado, a instituição presidida pelo também vereador da Câmara de Braga Hugo Pires.

“A contratação e execução das actividades decorreram no pressuposto do conhecimento de que o financiamento seria efetuado de acordo com o escrupuloso cumprimento dos pressupostos de pagamento do QREN”, acrescenta a fundação. De resto, o comunicado da Braga Augusta volta a lembrar que a Braga 2012 teve problemas de financiamento devido à reprogramação do apoio do QREN ao evento, que ainda “está em apreciação” na CCDR-N.

A fundação diz ter tido “contactos regulares” com a comissão de coordenação “no sentido de que este procedimento formal de reformulação decorra com a maior celeridade possível”, mas não adianta uma data para a conclusão deste processo.

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