Mira Amaral defende que Cavaco só deve “convocar eleições em caso extremo”

O presidente do BIC Portugal diz que foi apanhado de surpresa pela saída de Paulo Portas.

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Mira Amaral ficou surpreendido com a saída de Portas Enric Vives-Rubio

“Já calculava, pelos sinais que ia tendo, que o ministro das Finanças não chegasse ao fim das legislativas”, declarou Luís Mira Amaral, presidente do banco luso-angolano BIC Portugal (que absorveu o BPN).

Já a saída de Paulo Portas do Governo, assegurou, “foi uma surpresa para mim, até pelas consequências negativas que está a ter nos mercados”. Mira Amaral considera mesmo “incompreensível que o primeiro-ministro e o líder do CDS PP não se tenham entendido quanto à nomeação da nova ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque”, o que pode ter aberto a porta “a este impasse político”.

O banqueiro observou que Passos Coelho foi ambíguo “e não se perceberam ainda com total transparência quais foram as razões que levaram Portas a demitir-se, nem se percebe o que vai acontecer daqui para a frente”.

Para Mira Amaral, Cavaco Silva só deve “convocar eleições em caso extremo e depois de esgotadas as várias alternativas”. Seria bom, observou, que “houvesse um acordo entre os grandes partidos, PSD, PP e PS, que sustentasse uma solução de governo, mas tenho sérias dúvidas que o PS aceite.”

Instado a comentar os impactos do actual impasse político no sector financeiro nacional, o presidente do BIC Portugal apenas lembrou: “Todos sabemos que os bancos não estão imunes a estas situações, mas o que agora se verifica é que até já há perdas para as grandes empresas.”
 
 

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