Conselheiro nacional do CDS arrasa Portas e sai em defesa da nova ministra das Finanças

Pedro Melo tem dúvidas que Portas "tenha condições políticas para ficar à frente do partido".

O advogado e conselheiro nacional do CDS Pedro Melo não poupa o presidente do partido, acusando Paulo Portas de “irresponsabilidade politica” e sai em defesa da nova ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, escolhida pelo primeiro-ministro para suceder a Vítor Gaspar.

"Isto é um acto de enorme irresponsabilidade política e que muito me surpreende, porque é totalmente contraditório com o que tem sido dito por Paulo Portas muito recentemente e com todo o esforço que fez enquanto ministro em termos de diplomacia económica, porque isso, como é evidente, prejudica o país", afirmou Pedro Melo. Sobre a permanência de Portas na presidência do partido, é taxativo: "Tenho muitas dúvidas que tenha condições políticas para ficar à frente do partido."

Quanto à razão de fundo invocada pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros do Governo para abandonar o executivo, a indigitação de Maria Luís Albuquerque para ministra das Finanças, o conselheiro nacional estranha o argumento e sai em defesa da nova governante. “A doutora Maria Luís Albuquerque, com quem já trabalhei, é uma pessoa competente e acho estranho que esse seja o argumento”, declarou ao PÚBLICO. "Estranho que isso seja o argumento, porque a nova ministra é muto competente. Posso atestá-lo”, insiste o dirigente nacional do CDS, que acrescenta: “Admito que seja um mero pretexto para sair do Governo numa altura em que o país está numa situação muito difícil".

O conselheiro nacional não entende por que razão o presidente do CDS não convocou de urgência os órgãos do partido para discutir a decisão. Do seu ponto de vista, uma consulta prévia aos órgãos do partido, nomeadamente o Conselho Nacional, evitaria "conduzir o país a um agravamento da situação económica e financeira".

Sobre o eventual adiamento do XXV Congresso do CDS, marcada para este fim-de-semana na Póvoa de Varzim, Pedro Melo discorda em absoluto e afirma: "É importante para que o partido possa ser ouvido num momento crítico para o país".
 

Sugerir correcção
Comentar