Demissão de Portas surpreendeu até núcleo duro do CDS

O pedido de demissão de Paulo Portas surpreendeu até muitos dos seus colaboradores mais próximos.

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Rui Gaudêncio

A decisão solitária do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros apanhou de surpresa o núcleo duro do partido, a poucos dias de um congresso do CDS.

Poucos dirigentes centristas saberiam do real estado de saturação de Paulo Portas, até porque no conselho nacional de segunda-feira à noite não deu nenhum sinal de demissão, nem sequer abordou a substituição de Vítor Gaspar por Maria Luís Albuquerque.

Segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO, os dirigentes centristas questionam-se agora se Paulo Portas vai confirmar a sua candidatura a líder do CDS, como estava previsto, e estão “perplexos” com a situação criada, considerando que é um problema para o país e para o partido.

Portas remete todas as explicações para depois da reunião da direcção do partido, agendada para esta quarta-feira, mas ainda sem hora marcada.

Nesta altura, nem sequer é claro se o congresso se vai realizar no próximo fim-de-semana, na Póvoa de Varzim.

A continuidade de Paulo Portas como líder do partido é outra questão em aberto. À luz dos estatutos do CDS, os primeiros subscritores de uma moção de estratégia global podem ser candidatos a líder. No caso concreto, são potenciais candidatos, além de Portas, Pires de Lima, Nuno Melo e Filipe Anacoreta Correia – há ainda uma quinta moção de Alves Pardal, candidato à Câmara Municipal de Mafra.

Depois dos últimos acontecimentos, fica em aberto a possibilidade de Portas recuar e deixar a liderança ser disputada por outros.
 
 
 

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