Confederação do comércio: crise política deixa Portugal numa situação frágil

João Vieira Lopes considera “difícil” a manutenção do Governo “neste quadro parlamentar”.

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João Vieira Lopes Rui Gaudêncio

A saída de Paulo Portas do Governo, pondo a nu as divergências com o primeiro-ministro, deixa Portugal numa situação complexa perante os parceiros europeus e no que toca aos compromissos internacionais assumidos com a União Europeia e o FMI, considera o presidente da Confederação do Comércio Português (CCP), João Vieira Lopes.

Em declarações ao PÚBLICO antes de se saber que o primeiro-ministro falará ao país às 20h, Vieira Lopes considerou ser “difícil” um cenário de manutenção do Governo “neste quadro parlamentar”. Em qualquer cenário que venha a confirmar-se, diz, “vai ser um elemento complexo para articular com tudo o que se passa em termos de compromissos internacionais”.

Para o presidente da CCP, a demissão, primeiro, de Vítor Gaspar, foi “um reconhecimento implícito do falhanço do modelo de ajustamento” e abriu a expectativa de Passos aproveitar “esta mudança para impulsionar também uma mudança de rumo”. Mas o “primeiro-ministro apostou numa solução praticamente de continuidade, dentro do mesmo enquadramento político e económico. E, em face disto, com a sua sensibilidade política, Paulo Portas” tirou consequências da decisão do primeiro-ministro, optando pela demissão, acrescenta.

Vieira Lopes lembra a posição assumida pelas confederações patronais – e, insiste, “da sociedade em geral” – exigindo ao Governo “alguns sinais de mudança” e critica ainda o facto de a Europa não ser explícita “a assumir neste momento que este modelo de ajustamento não é adequado”.
 

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