Swaps do IGCP não chegam para cobrir perdas do Estado

Ganhos com derivados do organismo rondam 830 milhões, quando já foram pagos mil milhões de euros.

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João Moreira Rato é ouvido esta tarde na comissão de inquérito aos swaps Miguel Manso

Os derivados financeiros da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Públia (IGCP) que o Governo está a usar para compensar os pagamentos feitos ao bancos para liquidar contratos swaps de empresas públicas acumulavam ganhos de 830 milhões de euros. O valor é insuficiente para mitigar por completo o impacto do cancelamento de contratos feito até aqui, havendo ainda 44 operações vivas (a maioria das quais o executivo quer desfazer).

Documentos a que o PÚBLICO teve acesso e que foram enviados pela Secretaria de Estado do Tesouro aos deputados da comissão de inquérito aos swaps revelam que o IGCP “indicou dispor de um conjunto de instrumentos com perfil de risco direccional simétrico aos das empresas e com um mark-to-market” [ajustamento a valor de mercado] positivo à volta de 830 milhões de euros".

Recorde-se que, até agora, as empresas públicas já pagaram cerca de mil milhões de euros a diferentes bancos para cancelar 69 contratos. Face aos pagamentos já efectuados, existe neste momento um desvio de 170 milhões, que poderá aumentar à medida que as negociações para cancelamento de swaps avançarem.

O presidente do IGCP, João Moreira Rato, é ouvido esta tarde na comissão parlamentar de inquérito à celebração de contratos de gestão de risco financeiro por empresas do sector público, com início marcado para as 15h30.
 
 
 
 
 
 

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