Swaps do IGCP não chegam para cobrir perdas do Estado
Ganhos com derivados do organismo rondam 830 milhões, quando já foram pagos mil milhões de euros.
Os derivados financeiros da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Públia (IGCP) que o Governo está a usar para compensar os pagamentos feitos ao bancos para liquidar contratos swaps de empresas públicas acumulavam ganhos de 830 milhões de euros. O valor é insuficiente para mitigar por completo o impacto do cancelamento de contratos feito até aqui, havendo ainda 44 operações vivas (a maioria das quais o executivo quer desfazer).
Documentos a que o PÚBLICO teve acesso e que foram enviados pela Secretaria de Estado do Tesouro aos deputados da comissão de inquérito aos swaps revelam que o IGCP “indicou dispor de um conjunto de instrumentos com perfil de risco direccional simétrico aos das empresas e com um mark-to-market” [ajustamento a valor de mercado] positivo à volta de 830 milhões de euros".
Recorde-se que, até agora, as empresas públicas já pagaram cerca de mil milhões de euros a diferentes bancos para cancelar 69 contratos. Face aos pagamentos já efectuados, existe neste momento um desvio de 170 milhões, que poderá aumentar à medida que as negociações para cancelamento de swaps avançarem.
O presidente do IGCP, João Moreira Rato, é ouvido esta tarde na comissão parlamentar de inquérito à celebração de contratos de gestão de risco financeiro por empresas do sector público, com início marcado para as 15h30.