Juiz manda ex-tesoureiro do PP espanhol para a prisão por risco de fuga

Luis Bárcenas estava a enviar grandes somas da Suíça para o Uruguai e para os EUA.

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Luis Barcenas AFP

O ex-tesoureiro do Partido Popular (PP) espanhol Luis Bárcenas foi enviado nesta quinta-feira para a prisão, em detenção incondicional e sem fiança, por ordem do juiz de instrução do caso Gürtel, que investiga uma rede de corrupção relacionada com aquele partido, actualmente no poder em Espanha.

O juiz Pablo Ruz considerou que havia sério risco de fuga de Bárcenas, ou de que manipulasse e alterasse provas sobre uma falsa compra e venda de obras de arte - os bancos suíços em que o ex-tesoureiro do grande partido da direita espanhola tem contas avisaram as autoridades espanholas que esteve estava a transferir avultadas somas para o Uruguai e os Estados Unidos. Esta informação, diz o El País, representa uma “reviravolta” grave no caso para o juiz, que enviou Bárcenas para a prisão de Soto del Real, em Madrid.

Bárcenas estava a prestar declarações hoje para explicar a entrada nas suas contas de meio milhão de euros em notas de 500 em 2006. Ele alega que esse dinheiro é relativo à venda de quadros em que foi intermediária a pintora e restauradora argentina Isabel Mackinlay. Só que ela prestou testemunho, a partir de Buenos Aires, afirmando que não conhecia Bárcenas nem a sua mulher, Rosalía Iglesias. O que disse foi que um testa-de-ferro do ex-tesoureiro lhe tinha pago 1500 dólares para pôr a sua assinatura num contrato simulado de compra e venda de obras de arte.

O ex-tesoureiro está a ser investigado pela suspeita de ter cometido crimes contra a administração pública e contra a fazenda pública, de branqueamento de capitais, de tentativa de fraude processual e prestação de falsas declarações em documento comercial.
 
 

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