Garzón decide não representar Snowden

Jovem norte-americano continua na zona de trânsito do aeroporto de Moscovo, onde chegou no domingo.

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Snowden pode estar neste hotel, na zona de trânsito do aeroporto Tatyana Makeyeva/Reuters

O antigo juiz espanhol Baltazar Garzón decidiu “não assegurar a defesa dos interesses de Edward Snowden”, o antigo consultor informático norte-americano que revelou o extenso programa de vigilância das comunicações de telefone e Internet por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana.

Garzón tinha confirmado na segunda-feira que recebera um pedido de Snowden para o defender, explicando que ia estudar o dossier antes de tomar qualquer decisão.

Já durante o fim-de-semana, quando se soube que Snowden deixara Hong Kong acompanhado de membros da WikiLeaks, o ex-juiz, que é director legal da organização e advogado seu fundador, Julian Assange, fez uma declaração em defesa do norte-americano. “Estamos interessados em preservar os direitos do sr. Snowden e protegê-lo enquanto pessoa. O que está a ser feito ao sr. Snowden e ao sr. Julian Assange — por terem feito ou facilitado revelações no interesse público — é um ataque contra as pessoas.”

Afinal, o escritório de advogados do espanhol decidiu não se envolver neste caso, continuando “a representar o sr. Assange e a WikiLeaks na defesa do direito fundamental à liberdade de informação e de expressão”.

Acusado de espionagem e roubo de informação classificada, Snowden pode ser condenado a 30 anos de prisão nos Estados Unidos.

Em Moscovo desde domingo, o jovem ainda não deixou a zona de trânsito do aeroporto – segundo as autoridades russas, não tem documentos válidos; Washington anunciara ter revogado o seu passaporte. Mas o Presidente russo, Vladimir Putin, também já disse que não o extraditará para os EUA.
 
 

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