Ataque contra a ONU na Somália faz pelo menos 15 mortos

A presença da ONU na Somália foi reforçada muito recentemente, depois de anos em que a missão internacional tinha a sua sede no Quénia por causa da insegurança em Mogadíscio.

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Um atentado suicida abriu caminho ao ataque dentro do escritório da ONU Mohamed Abdiwahab/AFP

Pelo menos 15 pessoas, incluindo quatro estrangeiros, foram mortas num ataque reivindicado pela milícia islamista Al-Shabab contra um escritório das Nações Unidas na capital da Somália, Mogadíscio.

Os membros da Al-Shabab conseguiram entrar nas instalações da ONU quando um bombista suicida fez rebentar um carro à entrada. Seguiu-se uma batalha que durou uma hora. As forças do Governo conseguiram entretanto dominar a situação.

Segundo o ministro do Interior, Abdikarim Hussein Guled, pelo menos 15 pessoas morreram no ataque: quatro estrangeiros membros das forças de segurança, quatro guardas somalis e sete atacantes. Um responsável da polícia ouvido pela AFP diz que três civis foram apanhados na troca de tiros.

O grupo reclamou a autoria do ataque no Twitter, onde descreveu a ONU como “força satânica do mal” com “um passado inglório a espalhar nada a não ser pobreza”.

“A Al-Shabab não vai conseguir arruinar o processo de paz. Não vai travar a recuperação. A violência não vai vencer”, disse o primeiro-ministro, Abdi Farah Shirdon Saaid.

A ONU garantiu, por seu turno, que vai continuar a assegurar o seu apoio às novas autoridades da Somália. O secretário-geral, Ban Ki-moon, telefonou ao Presidente somali, Hassan Mohamoud, e divulgou um comunicado onde se declara “muito inquieto por este ataque desprezível”.

A presença da ONU na Somália foi reforçada muito recentemente, depois de anos em que a missão internacional tinha a sua sede no Quénia, por causa da insegurança em Mogadíscio. O edifício atacado, onde funciona agora o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, fica ao lado de um aeroporto rodeado de enormes medidas de segurança.

A Al-Shabab chegou a controlar uma grande parte de Mogadíscio, antes entregue aos combates entre vários senhores da guerra. Em 2011, os milicianos foram expulsos da cidade pelas forças da União Africana, tendo sofrido desde então uma série de reveses militares. Ainda assim, mantém o controlo de vastas zonas rurais.

 
 
 
 

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