Silva Peneda defende compromissos políticos de médio prazo

O presidente da comissão organizadora das comemorações do dia de Portugal disse em Elvas que a legitimidade do poder político sai reforçada da capacidade de estabelecer pontes de diálogo.

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O CES, liderado por Silva Peneda, diz que não é viável conciliar a consolidação das contas públicas sem crescimento Daniel Rocha

Silva Peneda defendeu, nesta segunda-feira em Elvas, que o país só tem a ganhar se conseguir definir uma visão de médio prazo que tenha por base “elevados graus de compromisso aos níveis políticos e social”.

Nas comemorações oficiais do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o presidente da comissão organizadora afirmou que “a legitimidade que resulta do voto poderá sair reforçada ou não, conforme o poder político seja mais ou menos capaz de construir pontes com outros centros de poder”.

No centro de congressos da cidade de Elvas, este ano a eleita para as comemorações oficiais do 10 de Junho, Silva Peneda pediu um “grande compromisso” que reforce a confiança nos mercados e nos agentes políticos, fomente a transparência nos sistemas financeiros, “dê esperança aos que mais sofrem” e defina uma estratégia para a União Europeia baseada na convergência económica e social.

O ex-ministro do Emprego e da Segurança Social dos dois governos de Cavaco Silva disse que o país tem um património de séculos como “fazedor de pontes” e que face às circunstâncias de crise é urgente reabilitar essa característica.

“O país só tem a ganhar se for capaz de definir uma visão de médio prazo, assente em políticas estáveis e consistentes e, tanto quanto possível, tendo por base elevados graus de compromisso aos níveis político e social”, disse.

Silva Peneda privilegiou, ao longo de dez páginas de discurso, a palavra “compromisso”, a capacidade de fazer pontes e de estabelecer diálogos. Essa capacidade, disse, reforça ou não a legitimidade do poder político.

Perante o Presidente da República, Cavaco Silva, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e vários membros do Governo, o agora presidente do Conselho Económico e Social (CES) defendeu que num tempo marcado pela “quebra perda de autonomia financeira, por alguns equívocos, muita dor e alguma dose de injustiça”, a dimensão da reforma “é imensa” e precisa de “tempo, coerência e de ser compreendida”.

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