Governo e sindicatos sem acordo para travar greve de professores

Ainda não há fumo branco na ronda decisiva de negociações com o ministério sobre mobilidade especial. Sindicatos só recebem versão final do diploma ao início da noite.

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Mário Nogueira, líder da Fenprof, afirma ainda que no OE de 2016 "não se vislumbra qualquer investimento na educação" Fernando Veludo/NFactos

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, afirmou nesta quinta-feira que “não há nenhuma razão para os professores não irem para a greve, antes pelo contrário”.

À saída de nova ronda de negociações no Ministério da Educação e Ciência, em Lisboa, Nogueira negou que tenha havido qualquer recuo do ministério a este respeito, frisando que a Fenprof já não acredita nas garantias dadas por Nuno Crato.

Ontem, no Parlamento, o ministro da Educação manifestou-se disponível para discutir com os sindicatos uma forma jurídica que garanta que nenhum professor vá para a mobilidade especial no próximo ano lectivo, mas essa questão, segundo Nogueira, não foi sequer discutida nas negociações que se prologam por todo o dia de hoje.

“O ministro também já garantiu que não haveria mobilidade especial para professores nem aumento do horário para as 40 horas, e foi o que se viu”, disse ainda Nogueira.

A Fenprof, contudo, voltará às 19h45 de hoje ao ministério da Educação, à semelhança do que farão os restantes sindicatos de professores, para receber a versão final do projecto de mobilidade que será entregue pelo secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida. Nas reuniões com os sindicatos participa também o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino.

Já o líder da Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, subiu a parada ao anunciar, depois de reunir com os responsáveis ministeriais, que a FNE só desistirá da greve se o Governo abdicar da aplicação do regime de mobilidade especial a toda a função pública e não apenas aos professores, como tinham vindo a exigir até agora. Dias da Silva explicou esta posição com o facto de o novo regime ser uma plataforma para o despedimento que “altera o paradigma de segurança e estabilidade” que estava garantida até agora à função pública.

“Não vejo qualquer possibilidade de a greve ser desconvocada”, frisou Dias da Silva, que voltará ainda hoje à mesa das negociações para receber a versão final do diploma sobre mobilidade do Governo. O líder da FNE admitiu, a este respeito, que “o Governo está a procurar apresentar condições específicas para os professores”, mas que “isso não chega”.

Notícia actualizada às 18h58: acrescenta posição do líder da FNE, João Dias da Silva


 

 

 

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