Director do ESO veio a Portugal atrair a ciência e indústria para a construção de telescópio

Nuno Crato e Tim de Zeew, director-geral do Observatório Europeu do Sul, encontraram-se em Lisboa com astrónomos e empresas.

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O E-ETL tem um espelho com cerca de 40 metros ESO

Ainda faltam dez anos para que, se tudo correr bem, o Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT, sigla em inglês) olhe para as estrelas. Até lá, terá de haver muitas construções: de infra-estruturas, do esqueleto do telescópio e dos instrumentos científicos. Portugal tem uma oportunidade de se envolver desde início nos projectos desta futura maravilha científica, defenderam nesta segunda-feira Tim de Zeew, director-geral do Observatório Europeu do Sul (ESO, sigla em inglês), e Nuno Crato, ministro da Educação e Ciência.

O encontro, em Lisboa, organizado pelo Ministério da Educação e Ciência, juntou astrónomos e empresas portuguesas, como a Active Space Technologies, a Critical Software e o Instituto de Soldadura e Qualidade.

Em Maio soube-se que Portugal ia participar no próximo grande telescópio terrestre do ESO, o E-ELT, que vai ser instalado no deserto de Atacama, no Chile, mais precisamente no cimo do monte Armazones. A construção terá início no final deste ano, se tudo correr bem, ou seja, se o Brasil aceitar pagar 300 milhões dos 1083 milhões de euro que este telescópio irá custar, e dessa forma entrar no ESO como membro direito.


Entretanto, Portugal juntou-se à empreitada desde o início, a tempo de poder participar na construção do telescópio desde o início. “Estou extremamente agradado por Portugal ter entrado neste empreendimento”, disse Tim de Zeew, quando na Sessão de esclarecimento do ESO e do Telescópio Europeu Extremamente Grande.

Durante a sessão, o dirigente referiu a necessidade de envolvimento da comunidade científica na construção dos instrumentos que vão servir para observar as galáxias mais distantes do Universo ou para caracterizar a atmosfera de planetas extra-solares. Quanto melhor forem os instrumentos que os cientistas idealizarem, melhor será a ciência que nascerá dos dados recolhidos por esses instrumentos.  

“Acho que os astrónomos portugueses estão a utilizar os instrumentos do ESO muito bem. Estão a construir instrumentos para o Very Large Telescope (VLT) e estão a ajudar a desenvolver os instrumentos para o E-ELT”, disse ainda o director-geral do ESO ao PÚBLICO.

Nuno Crato defendeu por sua vez que a grande ciência hoje só se faz em colaboração. “Não só estamos a avançar com a ciência ao entrar neste projecto, como também estamos a ajudar a nossa indústria que pode competir em vários projectos de alta tecnologia para este telescópio”, disse o ministro.
 

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