“Grito de insubmissão” leva UGT à greve geral, diz Carlos Silva

Carlos Silva diz que a central parte para a greve “empurrada” pelas posições do Governo e contra a “ditadura da troika”.

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A UGT, liderada por Carlos Silva, considera que o TC decidiu sem ceder a pressões Daniel Rocha

O passo que faltava para o envolvimento da UGT na greve geral de 27 de Junho, em convergência com a CGTP e sindicatos independentes, foi dado esta tarde pela central sindical.

Depois de uma reunião extraordinária do Secretariado Nacional, o Conselho Geral aprovou agora a convocação da paralisação, naquilo que o líder da UGT, Carlos Silva, diz ser “um grito de insubmissão” contra os cortes, as medidas de austeridade e a falta de abertura do Governo à negociação com os sindicatos.

Entre 68 membros presentes na reunião do Conselho Geral, houve cinco abstenções. “É uma decisão da UGT dos seus órgãos tendo em conta o momento do país, a intransigência negocial que o Governo tem revelado nos últimos tempos, quer no sector da administração pública, em particular na educação, quer no sector empresarial do Estado na área dos transportes”, justificou.

Para Carlos Silva, que falava esta tarde aos jornalistas na sede da central sindical em Lisboa, é tempo de os portugueses levantarem a voz contra uma política de austeridade “fracassada” – contra os cortes nas pensões e o que diz ser o “desmantelamento do Estado Social”, da escola pública, do Serviço Nacional de Saúde e da Segurança Social. “O que é que resta à UGT senão dar o seu grito de revolta e dizer: ‘Temos de apelar à insubmissão’?”.

“Temos de apelar à insubmissão dos trabalhadores, dos homens e das mulheres do nosso país”, repetiu, considerando inevitável o envolvimento da UGT na greve não apenas “tendo em conta o momento do país”, mas também o facto de, segundo alega, a Concertação Social ser “criticada pelo Governo”.

 “Vamos para esta decisão empurrados por um Governo” insensível à negociação na Concertação Social, reforçou. “Não o fazemos de bom grado; queremos manter as portas abertas à negociação, mas importa que o Governo perceba que uma negociação não é uma imposição”. Porque, do lado do executivo, o que Carlos Silva diz ter encontrado é “um muro intransponível de intransigência” que motivou a unidade entre sindicatos.

É a quarta vez que a UGT e a CGTP avançam juntas para uma greve geral (a última foi a 24 de Novembro de 2011). E é a segunda paralisação e que as centrais se unem numa paralisação contra o actual Governo, que, diz Carlos Silva, nas últimas semanas tem dado sinais de intransigência e recusado outro caminho senão aquilo que diz ser a submissão à “ditadura da troika”.

Carlos Silva recusou que a UGT, que lidera desde Abril, vá atrás da CGTP na convocação da greve, anunciada na sexta-feira pela Intersindical, falando antes em “convergência com outra central sindical e outros sindicatos independentes”.
 
 
 
 
 

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