Dia do Corpo de Deus sem feriado assinala-se pela primeira vez

O Governo decidiu suspender dois feriados religiosos e dois civis, com o objectivo de aumentar os esforços para superar a crise económica.

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Os feriados do Corpo de Deus e de Todos os Santos são suspensos por cinco anos Adriano Miranda

Pela primeira vez, nesta quinta-feira assinala-se o dia do Corpo de Deus sem ser feriado em Portugal, na sequência da decisão do Governo de suspender alguns feriados durante cinco anos. As celebrações religiosas passam, por isso, para domingo.

 

Este feriado deixa de existir a partir deste ano e pelo menos até 2017, passando as festas religiosas do Corpo de Deus a ser celebradas nos domingos seguintes, à semelhança do que já acontece em muitos países da Europa.

O dia ficará, contudo, marcado por vários protestos. Milhares de trabalhadores deverão participar nesta quinta-feira em greves, concentrações e plenários promovidos pela CGTP contra a retirada de feriados e mostrar se estão disponíveis para uma greve geral em Junho contra as medidas de austeridade impostas pelo Governo.

Até este ano, o Corpo de Deus era um feriado nacional religioso móvel, que se celebrava na segunda quinta-feira a seguir ao domingo de Pentecostes (60 dias após a Páscoa).

No entanto, em 2011, o Governo decidiu reduzir os feriados nacionais, impondo como regra o fim de dois religiosos e dois civis, com o objectivo de aumentar os esforços para superar a crise económica e financeira que o país atravessa.

No início de Maio do ano passado, a República Portuguesa e a Santa Sé chegaram então a acordo sobre a redução dos feriados religiosos e decidiram suspender por cinco anos o feriado do Corpo de Deus e o de Todos os Santos (1 de Novembro). Os dois feriados civis abolidos foram o 5 de Outubro (Implantação da República) e o 1 de Dezembro (Restauração da Independência).

Mas a CGTP-IN promete continuar a lutar contra este acordo assinalando este dia como um “Dia de Protesto e Luta” para demonstrar ao patronato e ao Governo que os trabalhadores do sector privado e da Administração Pública “não desistem de lutar contra o roubo dos feriados e o combate ao trabalho gratuito”.

O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, citado pela Lusa, prevê a realização de “milhares de plenários em empresas de todo o país”, que paralisarão a produção durante algumas horas, e que servirão para auscultar e mobilizar os trabalhadores para uma luta geral, pela exigência da demissão do Governo e a marcação de eleições antecipadas.

 

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