Documentos falsos levam Coreia do Sul a encerrar reactores nucleares

Quatro reactores permanecerão parados até que peças sejam substituídas. País vai enfrentar crise energética no Verão.

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O encerramento dos reactores foi anunciado pelo presidente da Comissão para Segurança Nuclear do país JUNG YEON-JE/AFP

A Coreia do Sul ordenou esta terça-feira o encerramento temporário de dois reactores nucleares, enquanto não forem substituídas peças que estavam certificadas com documentos falsos. Outros dois reactores, um em manutenção e outro acabado de construir, permanecerão também encerrados, colocando o país perante uma provável crise energética no Verão.

Já em Novembro passado, peças como ventiladores de arrefecimento, cabos e interruptores sem a devida certificação para uso em unidades nucleares tinham sido identificadas em dois reactores da central de Yeonggwang, no sul do país. Seis engenheiros foram por isso condenados a penas de prisão este mês.

Agora, a Comissão de Segurança Nuclear da Coreia do Sul encontrou documentos falsos de certificação de cabos utilizados em duas outras centrais – Kori e Wolsong, a 320 e 280 quilómetros da capital Seul, respectivamente. Um reactor de cada central permanecerá encerrado enquanto os cabos não forem substituídos.

Um segundo reactor em Kori, que está em manutenção, também não terá ordem para retomar a produção até que o mesmo problema seja resolvido. Na central de Wolsong, a abertura de um reactor recém-construído também foi adiada, pelo mesmo motivo.<_o3a_p>

A Coreia do Sul tem 23 reactores nucleares operacionais e quatro em construção. A energia nuclear responde por 30% do abastecimento de electricidade do país, que, de resto, depende de importações de petróleo, gás e carvão.<_o3a_p>

O Governo já anunciou que, com tantos reactores suspensos, haverá problemas “sem precendentes” no abastecimento eléctrico no Verão, quando o consumo sobe devido ao maior uso do ar condicionado. Na próxima sexta-feira, serão anunciadas medidas para contornar as dificuldades.<_o3a_p>

A Coreia do Sul tem em curso uma avaliação da segurança de todo o seu parque nuclear, motivada pelos primeiros casos de peças sem certificação. <_o3a_p>

Os episódios no país somam-se aos receios sobre o nuclear realimentados pelo acidente na central de Fukushima, no Japão, em Março de 2011, na sequência do sismo e do tsunami que devastaram parte do país.  <_o3a_p>

No próprio Japão, todas os seus 50 reactores foram encerrados depois de Fukushima e só em Julho do ano passado é que um deles reentrou em funcionamento. Em 2012, apenas 2% da electricidade consumida no Japão veio do nuclear, contra 30% antes do acidente de 2011. <_o3a_p>

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