Rafsanjani impedido de concorrer às presidenciais no Irão

Regime exclui candidatos não alinhados com o ayatollah Khamenei.

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Rafsanjani registando a sua pré candidatura em Teerão Behrouz Mehri/AFP

O antigo Presidente iraniano Akbar Hashemi Rafsanjani era visto como podendo ganhar o apoio dos reformistas nas eleições presidenciais de 14 de Junho no Irão. Mas a candidatura de Rafsanjani foi excluída pelo Conselho dos Guardiães, uma assembleia nomeada pelo guia supremo que aprova os candidatos a todos os cargos políticos.

Outro nome crítico, este próximo do Presidente Mahmoud Ahmadinejad, Esfandiar Rahim Mashaei, também foi excluído. Segundo vários media ligados ao Estado, só oito das 698 pessoas que se tinham registado permanecem na corrida.
 

Entre os candidatos validados estão o principal negociador para o nuclear, Said Jalili, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Ali Akbar Velayati, o presidente da câmara de Teerão, Mohammad Baqer Qalibaf, e o ex-presidente do Parlamento Gholam-Ali Haddad-Adel. Todos são figuras conservadoras e leais ao ayatollah Ali Khamenei.

O Conselho dos Guardiães fizera saber que excluiria candidatos com debilidades físicas, o que foi lido como uma confirmação de que Rafsanjani, com 78 anos, ficaria de fora. Já se esperava que o regime não estivesse disposto a correr riscos, depois das eleições de 2009, quando os iranianos saíram à rua para protestar contra a reeleição de Ahmadinejad, denunciada como fraudulenta.

Autorizados a concorrer foram o antecessor de Jalili, Hassan Rohani, o ex-vice-presidente Mohammad Reza Arer e Mohammad Gharazi, um antigo ministro, nomes da época do reformista Mohammad Khatami mas pouco conhecidos.

Rafsanjani é um dos homens que fez o regime islâmico mas nos últimos anos começou a ser criticado pelos ultraconservadores, que o acusam de ter manifestado demasiada proximidade com a oposição reformista. Em 2011, perdeu o seu lugar na liderança da poderosa Assembleia de Peritos, um grupo de religiosos que nomeia e vigia a actuação do guia supremo.     

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