Parceiros sociais criticam decisões do Conselho de Estado

Nada de novo, dizem os sindicatos.

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O Conselho de Estado durou sete horas Bruno Castanheira

As centrais sindicais e a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal criticaram nesta terça-feira o teor da reunião do Conselho de Estado expresso no comunicado lido de madrugada pelo seu secretário Abílio Morgado. Tanto para a CGTP como para a UGT, os temas abordados na reunião não trouxeram nada de novo.

“É um comunicado que fala de tudo e não diz nada, porque o que os trabalhadores e as pessoas em geral estavam à espera e exigem é que, quer o Presidente da República quer o Governo, assumam as suas responsabilidades e dêem resposta aos problemas concretos”, comentou Arménio Carlos.

O secretário-geral da CGTP lamentou a falta de resposta a situações concretas como o desemprego, protecção social e situação dos reformados. “Não saiu nenhuma resposta à situação dos trabalhadores em geral, em particular dos trabalhadores da administração pública, em relação às funções sociais do Estado e à importância de defender o Serviço Nacional de Saúde, à Educação, à Segurança Social, em relação à melhoria do poder de compra dos trabalhadores e pensionistas para dinamizar o mercado interno”, sublinhou o dirigente sindical.

“O Conselho de Estado vem dizer que é preciso mais solidariedade, mas cumprir o programa de austeridade”, constatou, por seu lado, Carlos Silva, secretário-geral da UGT: “Ora, nós achamos que o programa de austeridade já ultrapassou claramente as barreiras de sofrimento do povo português, portanto compaginar as duas questões é difícil.”

Para o líder da UGT, a reunião de sete horas do Conselho de Estado “é mais uma desilusão, a juntar às muitas que temos tido nos últimos tempos por parte dos órgãos de soberania”.

Também a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) considerou insuficientes os resultados do conclave dos conselheiros presidenciais. João Vieira Lopes, presidente da CCO, manifestou-se “preocupado” com o facto de, face à situação económica de Portugal, “ter sido pouco claro o nível de profundidade com que estes temas foram debatidos.” 

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