Galp de fora do leilão de electricidade da Deco

Vencedor da iniciativa é anunciado na sexta-feira. Petrolífera discorda das “condições impostas” no leilão que atraiu mais de meio milhão de potenciais consumidores.

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O vencedor do leilão é anunciado nesta sexta-feira Miguel Dantas

A Galp Energia não participou no leilão para o fornecimento de electricidade organizado pela Deco por considerar que as condições determinadas pela associação de defesa dos consumidores não permitiam “a elaboração de uma oferta competitiva para as famílias portuguesas”.

Em comunicado emitido nesta quinta-feira, dia do leilão que pretende cortar despesas na conta da luz de mais de meio milhão de consumidores, a Galp critica a obrigação de pagar uma comissão por cada cliente contratado.

No leilão, os consumidores negociaram directamente com as empresas um preço mais baixo para todos os inscritos. Os operadores são convidados a fazer “uma oferta vantajosa”, ganhando a tarifa mais baixa.

Para a Galp, “as condições impostas aos operadores para participarem” na iniciativa “não permitiam a elaboração de uma oferta competitiva para as famílias portuguesas e com racionalidade económica”.

A petrolífera, que tem uma quota de 5,4% do mercado liberalizado de electricidade, garante que vai continuar com a política comercial “que tem seguido até agora com sucesso, centrada na disponibilização das ofertas combinadas de gás e electricidade”.

Quando anunciou o leilão, em Fevereiro, a Deco explicou que poderia vir a cobrar uma comissão por cada contrato assinado junto do fornecedor vencedor do leilão, que será anunciado na sexta-feira.

A associação indicou então que quer “privilegiar” os associados e só irá reter o valor dos não associados “para cobrir os custos administrativos, de organização, de publicidade, de gestão e o investimento em programas”.

A campanha Pague Menos Luz terminou na terça-feira, com mais de 587 mil inscritos. Nos 15 dias seguintes ao anúncio dos resultados do leilão, os consumidores serão informados do preço e das exactas poupanças potenciais conseguidas com o novo contrato, que poderão ou não aceitar.

A Deco, que chegou a equacionar um leilão para uma oferta conjunta de gás e electricidade, já fez saber que pode alargar o modelo a outras áreas – como as telecomunicações e o gás natural.

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