Bombeiro fractura duas costelas no combate a incêndio no centro de Viana

Outro bombeiro caiu ao lado do colega ferido sem se magoar. Fogo destruiu arquivos de escritório de advogados.

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O alerta foi dado às 14h DR
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O bombeiros ferido foi transportado ao hospital DR

Dois bombeiros municipais de Viana do Castelo caíram, esta tarde, de uma altura de cerca de três metros, quando se abateu o pavimento do 3.º andar de um edifício onde combatiam um incêndio.

O incêndio, de causas desconhecidas, deflagrou por volta das 14h num prédio antigo da Avenida dos Combatentes, no centro da cidade.

Apenas um dos bombeiros, de 46 anos, teve de ser assistido no hospital. Segundo o comandante da corporação, Martinho Campos, que liderou a operação, este homem fracturou duas costelas. “O edifício estava bastante envolvido pelo fumo, o pavimento era em madeira, já tinha ruído. Eles precipitaram-se e caíram no andar inferior, de uma altura máxima de dois metros e meio a três metros”, explicou.

O segundo bombeiro foi assistido no local e voltou às operações. João Lima, de 24 anos, explicou que caiu “de pé” e que, por esse facto, não se tinha ferido. “O meu colega caiu de lado e queixava-se muito das costelas”, adiantou o jovem bombeiro, que entrou há um ano e cinco meses para a corporação municipal, a única profissionalizada do distrito de Viana.

O edifício em causa, situado entre a delegação da Cruz Vermelha e a sede local da Portugal Telecom, tem rés-do-chão e três andares. Das 14 fracções, apenas duas estavam ocupadas, ambas por escritórios de advogados. Num destes terá deflagrado o incêndio.

Quanto à origem das chamas, o comandante Martinho Campos não arriscou qualquer hipótese, face à destruição registada no local onde deflagraram as chamas, combatidas por 18 homens dos bombeiros municipais e voluntários da cidade. O facto de os escritórios estarem fechados foi, segundo Martinho Campos, a maior dificuldade com que se confrontaram as corporações. “Estava tudo fechado o que dificultou o combate. Houve necessidade de partir portas para chegar ao foco do incêndio”, sustentou.

Apesar da destruição registada numa das partes do edifício, o responsável pelas operações garantiu que o incêndio não afectou a estrutura do prédio, já com alguns anos, mas entretanto sujeito a obras de reabilitação. No entanto, adiantou que o edifício não apresenta condições de utilização.

Elementos do Núcleo de Investigação Criminal da PSP de Viana estiveram no local a recolher indícios para investigação.

Já na fase de rescaldo, os proprietários foram autorizados a entrar no edifício. Ana Novo, advogada há 20 anos, não tinha palavras para descrever a destruição que encontrou: “Não há chão. Perdi todo o arquivo de 20 anos de trabalho. Não tenho um único processo para fazer um julgamento. Não tenho nada para trabalhar. Vou ter que refazer tudo. Foi tudo destruído em segundos”, adiantou. Ana Novo explicou que, apesar de o seu gabinete e da funcionária não terem sido afectados pelas chamas, o arquivo e o escritório da colega do lado ficaram totalmente destruídos. “Os papéis estão a cair de um andar para o outro ensopados de água”, descreveu.

Adriano Araújo, proprietário metade das fracções do imóvel, situadas no rés-do-chão e primeiro andar, estava em casa quando foi avisado pelo filho de que o prédio estava a arder. Deslocou-se ao local e não queria acreditar na destruição. “As minhas fracções estavam desocupadas e ainda por cima não tinha seguro”, afirmou.

Durante mais de três horas a principal artéria da cidade esteve parcialmente cortada ao trânsito. As operações foram conduzidas por vários agentes da PSP que mantiveram afastadas do local as várias dezenas de pessoas que se concentraram no local para observar o desenrolar os trabalhos.

 

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