PCP, BE e PEV pedem eleições antecipadas ao Presidente da República

Na sessão solene que assinala o dia da Liberdade, PCP, BE e PEV tecem duras críticas ao Executivo e pedem mais democracia e melhor Estado Social.

Foto
Rui Gaudêncio

Nos discursos oficiais do 25 de Abril, no Parlamento, três deputadas dos três partidos mais à esquerda – PCP, BE e PEV - reclamaram a devolução da palavra ao povo com a convocação de eleições antecipadas.

“Hoje, como no passado, será pela luta que conseguiremos a rejeição do pacto de agressão, a ruptura com a política e direito, a demissão do Governo e a realização de eleições, para dar novamente a voz ao povo para decidir o seu destino”, disse a deputada do PCP, Paula Santos.

A parlamentar comunista pediu a “urgente” renegociação da dívida, defendendo que Portugal vive tempos de “retrocesso civilizacional” dois anos depois do resgate financeiro firmado com a troika.

Paula Santos descreveu “uma democracia empobrecida”, fruto de um Governo que “nada tem a oferecer aos jovens, que não seja desemprego, precariedade e baixos salários” e que convida os portugueses a emigrarem.

Na mesma linha, a líder do BE, Catarina Martins, defendeu que “é hoje preciso devolver a voz ao povo português para que ele seja senhor do seu destino e inaugure uma nova madrugada”.

Em defesa do Estado Social e com críticas duras ao Governo, a deputada bloquista disse que o Governo fez do “revanchismo social a sua imagem de marca”. “Quanto mais austeridade, mais gente no desemprego, maior a recessão, mais dívida se acumula”, argumentou.

Catarina Martins avisou ainda que a reconfiguração do Estado Social com um papel “mínimo” é expressão de um executivo de “direita radical” que passa a mensagem de um “Estado gordo, pesado e ineficiente”.

Também a deputada e líder parlamentar do PEV, Heloísa Apolónia, insistiu que o país está a “regredir”, que não é possível prosseguir com “políticas delapiladoras” e que este é o momento certo para convocar eleições.

Dirigindo-se ao Presidente da República, Heloísa Apolónia defendeu que “devolver a palavra aos portugueses é do mais elementar interesse nacional neste momento”.

“Quase quatro décadas depois voltamos a reclamar liberdade! Libertemo-nos desta ditadura do poder financeiro em que vivemos hoje! O poder político, com governantes incautos e obreiros de crises recorrentes, vendeu-se ao poder financeiro”, afirmou.

Heloísa Apolónia criticou ainda os contratos de alto risco celebrados nas empresas públicas: “Swap é como chamam áquilo que é um verdadeiro flop para as contas do país. Que esbanjamento de dinheiros públicos.”

A líder parlamentar de Os Verdes recusou ainda o discurso político que argumenta que “não há dinheiro” para manter o Estado Social. “Há dinheiro, só que ele é canalizado para o sistema financeiro”, disse Heloísa Apolónia.

Sugerir correcção
Comentar