Rehn: a austeridade não é a única culpada do fraco crescimento europeu

Comissário europeu aponta também os “desequilíbrios macroeconómicos” estruturais de alguns países e a ineficácia do sistema bancário e financeiro europeu.

Foto
Comissário Olli Rehn diz que erros do primeiro resgate grego estão a ser corrigidos Foto: John Thys/AFP

A política de consolidação orçamental aplicada na Europa não explica, por si mesma, o fraco crescimento previsto para a região, disse nesta segunda-feira o comissário europeu para os assuntos económicos, Olli Rehn, numa conferência em Nova Iorque.

"Na minha opinião, a atenção dada à política orçamental é apenas um maneira de ver as coisas bem limitada quando se quer tentar compreender as razões pelas quais o crescimento é mais fraco do que o previsto na Europa”, declarou Rehn, no discurso que fez num encontro de promoção da praça financeira parisiense Paris Europlace.

Este assunto surgiu em pleno debate sobre o papel da política de redução dos défices na Europa, criticada na semana passada por parte da comunidade internacional que se reuniu em Washington num encontro dos países ricos e emergentes do G20.

Apesar de reconhecer “o impacto do processo de profundo ajustamento orçamental em curso na economia europeia”, o comissário acusa também os “desequilíbrios macroeconómicos” estruturais de alguns países da zona euro e a ineficácia do sistema bancário e financeiro europeu.

“Ao contrário dos Estados Unidos que se empenharam na reestruturação do seu sistema financeiro em 2008-09, o que teve um papel crucial na sua retoma, este processo não está ainda terminado na Europa, prejudicando consideravelmente a retoma económica”, disse.

Defensor de um saneamento orçamental “favorável” ao crescimento, o comissário europeu sublinhou que ”apesar de a consolidação continuar a ser necessária, o seu ritmo desacelerou em 2013 face a 2012”.

Sugerir correcção
Comentar