Com segurança reforçada, maratona de Londres homenageou Boston

Corredores fizeram silêncio antes da partida e levaram ao peito laço negro em homenagem às vítimas dos atentados de segunda-feira. Polícia londrina reforçou segurança da prova

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35 mil corredores lembraram a tragédia em Boston Luke MacGregor/Reuters

Com laços negros nos seus equipamentos, os corredores da maratona de Londres cumpriram neste domingo 30 segundos de silêncio em homenagem das vítimas dos atentados de Boston, antes de iniciaram a partida de uma prova que decorreu sob vigilância policial reforçada.

“Esta semana, a família mundial da maratona ficou chocada e triste com o que aconteceu em Boston”, disse Geoff Wightman, um dos responsáveis da corrida londrina, perante os milhares de atletas concentrados debaixo do sol no parque de Greenwich, a leste de Londres.

O silêncio desta manhã “é em memória dos nossos amigos e colegas para quem um dia de alegria se transformou numa dia de tristeza”, recordou. “Mostremos o nosso respeito e apoio às vítimas da tragédia em Boston”, acrescentou antes do apito que marcou o período de recolhimento.

No meio da multidão, alguém ergueu uma faixa com as palavras “Por Boston”.

Cerca de 35 mil corredores, atletas olímpicos ou amadores, participaram neste domingo na maratona, uma das mais prestigiadas do mundo, sob os aplausos de centenas de milhares de espectadores concentrados nas ruas da capital britânica. O etíope Tsegaye Kebede venceu a prova masculina, com um tempo de 2h6m3s, enquanto a queniana Priscah Jeptoo conquistou o ouro na prova feminina, cruzando a metade 14 minutos e 20 segundos mais tarde.

O dispositivo de segurança foi reforçado ao longo da corrida, que aconteceu seis dias depois da explosão de duas bombas junto à meta da maratona de Boston, provocando a morte de três pessoas e ferimentos em outras 180. Houve mais 40% de polícias em relação a 2012, ou seja “várias centenas de efectivos” posicionados ao longo dos 42 quilómetros da prova, revelou a Scotland Yard, sem precisar números exactos.

A polícia britânica, em cooperação estreita com o FBI e a polícia de Boston, sublinhou, no entanto, que não foi estabelecida “qualquer ligação entre as atrocidades cometidas na maratona de Boston e a maratona de Londres”, pelo que o nível da ameaça terrorista não foi alterado. “A polícia terá uma presença visível a fim de tranquilizar as pessoas, procederá a revistas e a outras medidas para garantir que o evento seja tão seguro e aprazível como sempre”, explicou, antes do início o director da maratona, Nick Bitel.

Centenas de milhares de pessoas concentraram-se ao longo dos 42 quilómetros do percurso, que começa em Greenwich, serpenteia ao longo das margens do Tamisa até às imediações do Palácio de Buckingham, passando por vários locais emblemáticos da capital, como os arranha-céus de Canary Wharf, a Tower Bridge, o Big Ben e o Parlamento, antes de desembocar no Mall.

Em sinal de solidariedade, os concorrentes foram encorajados a colocar um pequeno laço negro junto ao pinto e, uma campanha lançada nas redes sociais, pedia-lhes para colocarem as mãos sobre o coração ao cruzarem a meta. Por cada corredor que termine a prova, os organizadores comprometeram-se a entregar duas libras (2,35 euros) a um fundo destinado a apoiar as vítimas dos atentados de Boston.

 
 

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