Wish Dish regressa para concretizar sonhos de crianças doentes

Pelo segundo ano, a Fundação Realizar um Desejo aposta na gastronomia para angariar fundos e concretizar os desejos de crianças com doenças graves.

Luís Baena é um dos chefs convidados
Fotogaleria
Luís Baena é um dos chefs convidados Joana Bourgard
Fotogaleria
O risotto do chef Luís Baena Joana Rousseau Valente

Matilde não esteve no almoço desta segunda-feira no Brasserie Flo, no Tivoli Lisboa, para assinalar o início da segunda edição da Wish Dish em Portugal, mas foi para ela e para outras crianças como ela que o restaurante do hotel se associou à proposta de cozinha solidária da Fundação Realizar um Desejo. Alguns dos chefs mais reconhecidos do país responderam ao apelo e criaram pratos que vão estar em destaque até 15 de Maio em mais de 100 restaurantes do país. Dois euros do valor pago pelo prato de assinatura vão ajudar a concretizar os desejos de crianças que sofrem de doenças graves.

A Matilde tem seis anos. Sofre de uma doença que coloca a sua vida em risco e, até há uma semana, tinha um desejo: ir à Disneyland Paris. Através da filial portuguesa da Make-a-Wish Internacional, que recebeu o pedido, e com o apoio do Tivoli Hotels & Resorts, que financiou a estadia, a Matilde concretizou o seu desejo e visitou o parque em França com a família. Como Matilde, outras crianças com uma doença progressiva, degenerativa ou maligna, com idades entre os três e os 18 anos, pediram ajuda à Make-a-Wish e esperam ainda concretizar o seu desejo.

A dias de comemorar o seu 33.º aniversário, a Make-a-Wish portuguesa decidiu recuperar a iniciativa lançada no ano passado, numa parceria com o site Mytable, e voltar a apostar no Wish Dish. Para a segunda edição, foram convidados chefs como Chakall, Henrique Sá Pessoa, Rui Paula e Luís Baena. Este último é um repetente na iniciativa e é dele o risotto de camarão com vieiras coradas que vai estar durante um mês, até 15 de Maio, com o carimbo Wish Dish no Brasserie Flo, em Lisboa. Pedir o prato de Luís Baena, o menú ou sobremesa criados por outros cozinheiros solidários disponíveis em mais de 100 restaurantes do país, pesquisáveis no Mytable, traduz-se em dois euros para a Make-a-Wish.

Luís Baena escolheu o risotto por “ser um dos pratos best-seller” do Brasserie Flo. “É um prato consensual e comercial e é isso que pretendemos”, justifica o cozinheiro com mais de 30 anos de experiência.

Alexandre Solleiro, CEO do Tivoli Hotels & Resorts, que aderiu através dos seus restaurantes à Wish Dish, fala com entusiasmo da “parceria perfeita” para apoiar “causas que se compatibilizam com os princípios do Tivoli”. Esta é uma iniciativa com “cariz especial”, proporcionar “desejos a crianças que estão numa fase difícil da vida”.

Mariana Tavares, directora executiva da Make-A-Wish, fez um balanço “muito positivo” da primeira edição, em 2012. Com o apoio recebido através da Wish Dish foram concretizados os desejos de dez crianças. A responsável espera ultrapassar em dobro o alcançado o ano passado, “porque há cada vez mais crianças” a pedir ajuda à fundação.

Para uma criança se candidatar ao pedido de um desejo na Make-A-Wish é preciso existir elegibilidade médica. E isso significa que terá de ser confirmado que sofre de uma doença progressiva, degenerativa ou maligna, e que o médico que acompanha a criança autoriza a participação. Após a candidatura, um dos voluntários da fundação contacta a criança e a família e é iniciado o processo de resposta aos desejos, que desde 2007 têm sido concretizados com o apoio de particulares e de entidades.
 
 

Sugerir correcção
Comentar