Taxas moderadoras não resolvem problemas do Serviço Nacional de Saúde, diz secretário de Estado

Fernando Leal da Costa não revelou se Governo está a ponderar aumentos.

O secretário de Estado da saúde, Fernando Leal da Costa, afirmou nesta sexta-feira que o agravamento das taxas moderadoras não garante a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas não revelou se o Governo está a ponderar novos aumentos.

"Não é com as taxas moderadoras que o SNS se tornará sustentável", disse o secretário de Estado da Saúde, ao ser questionado sobre um eventual aumento das taxas moderadoras, durante uma visita ao Centro de Estudos de Vectores e Doenças Infecciosas (CVEDI), em Águas de Moura, Palmela.

"O SNS, para se tornar sustentável precisa de uma conjugação de esforços, que passa por uma muito maior eficiência na prestação de cuidados e serviços, pela capacidade de prevenção que passa, e começa, pelo comportamento das pessoas", acrescentou.

Fernando Leal da Costa falava aos jornalistas durante uma visita ao CVEDI, onde presidiu à sessão de encerramento do 5.º Workshop da Rede de Vigilância de Vetores (Revive), que permite conhecer as espécies de vetores e a forma como se distribuem pelo país.

O secretário de Estado da Saúde salientou também a importância do CVEDI, instalado no concelho de Palmela, na prevenção de doenças transmitidas por carraças e mosquitos, assegurando que se trata de um laboratório que está na primeira linha de combate a este tipo de agentes exógenos (carraças e mosquitos).

O CVEDI faz a vigilância de carraças e mosquitos que transmitem doenças, designadamente dos mosquitos que transmitem a doença de dengue, que chegou no ano passado à Ilha da Madeira, levando as autoridades portuguesas a adoptarem diversas medidas de prevenção, incluindo a pulverização dos aviões provenientes daquela região insular.

Fernando Leal da Costa acredita que o número de pessoas infectadas com dengue na Ilha da Madeira deverá ser muito menor neste ano, devido às acções entretanto realizadas, para prevenir a propagação da doença.

A detecção atempada dos vectores (populações) que transmitem este tipo de doenças permite a tomada de medidas, pelas autoridades de saúde, que contribuem para o controlo dessas populações e para mitigar o seu impacto na saúde pública.

De acordo com a investigadora Isabel Lopes de Carvalho, do CVEDI, "a detecção de carraças que provocam a febre escaro-nodular [febre da carraça] e de mosquitos que originam a Borreliose de Lyme [doença de Lyme] é uma prioridade, dado que são vectores de doenças prevalentes e de declaração obrigatória em Portugal".

Os dados apresentados no Workshop, em Águas de Moura, revelam que, em 2012, houve um aumento do número de concelhos que aderiram a este programa de vigilância Revive, passando de 79, em 2011, para 88, no ano passado, o que permite melhorar o programa de vigilância das populações transmissoras de doenças.

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