Ministra considera que quase tudo é remodelável, sem confirmar permanência na Justiça

"Pouca coisa na vida não é remodelável", diz Paula teixeira da Cruz quando questionada sobre a pasta que tutela.

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Ex-ministra foi acusada de promover fugas de informação” para provar a tese de sabotagem Nuno Ferreira Santos

A ministra da Justiça recusou esta quarta-feira comentar o despacho do ministro das Finanças que proíbe novas despesas, e, quando questionada sobre uma eventual saída do Governo, contrapôs que “há muito pouca coisa na vida que não é remodelável”.

Paula Teixeira da Cruz falava aos jornalistas no final de uma conferência sobre branqueamento de capitais, organizada pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Instada a pronunciar-se sobre se vai continuar no Governo, perante notícias que indicam a sua saída, optou por responder, de forma lacónica, que “há muito pouca coisa na vida que não é remodelável”.

 Quanto ao chumbo de algumas normas do Orçamento do Estado para 2013 pelo Tribunal Constitucional (TC), a ministra reconheceu que “pressupõe uma visão integral” de tudo aquilo que é o Estado, e que há “esse trabalho a fazer”, a redefinição das despesas do Estado, “com serenidade e determinação”, mas, “sobretudo, a pensar nos portugueses e em Portugal”.

Acerca do alerta deixado terça-feira, no Parlamento, pela procuradora-geral da República, de que o novo modelo de organização judiciária exige recursos informáticos, humanos e periciais, Paula Teixeira da Cruz disse que o Governo mantém a calendarização dessa reforma. Quanto ao espaço de manobra do Governo para realizar obras que o novo mapa dos tribunais implica, desdramatizou a situação, observando que, das cerca de 90 obras a realizar, apenas seis é que “são de montante significativo”. Reconhecendo que há falta de funcionários judiciais no sistema, ao contrário do que acontece com os magistrados – cujo número está dentro da média europeia –, apontou, no entanto, a “situação financeira” em que Portugal se encontra como um obstáculo à resolução do problema.

 
 

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