Coreia do Sul promete "resposta violenta" a qualquer "provocação" do Norte

Presidente Park Geun-Hye reuniu-se com chefias militares. Assembleia Nacional do Povo da Coreia do Norte tem prevista para esta segunda-feira sessão plenária anual.

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Os Estados Unidos deslocaram caças furtivos F-22 para a Coreia do Sul AFP

O Governo da Coreia do Sul prometeu esta segunda-feira uma “resposta violenta e imediata”, com o apoio dos Estados Unidos, em caso de “provocação” da Coreia do Norte.

“Penso que devemos dar uma resposta violenta e imediata sem quaisquer considerações de ordem política, se [o Norte] se aventurar numa provocação contra a nossa população”, disse a Presidente sul-coreana, Park Geun-Hye.

A Presidente reuniu-se na manhã desta segunda-feira com o ministro da Defesa e com altos responsáveis militares do país. E os Estados Unidos deslocaram caças furtivos F-22 para a Coreia do Sul.

A tensão na península coreana cresceu nos últimos meses, principalmente depois de um ensaio nuclear realizado pela Coreia do Norte em Fevereiro e da aprovação de sanções nas Nações Unidas, e separadamente também dos Estados Unidos, ao regime de Pyongyang.

O Norte anunciou a anulação do armistício e outros tratados bilaterais assinados com Seul, como forma de protesto contra exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

Em resposta a voos de treino de bombardeiros furtivos B-2, a Coreia do Norte ameaçou, na semana passada, ataques aos Estados Unidos. E no último sábado declarou-se em “estado de guerra” com o Sul.

Nesta segunda-feira, um porta-voz das Forças Armadas dos Estados Unidos disse à AFP que caças-furtivos F-22 Raptor tinham chegado na véspera à região para participar em exercícios militares que devem decorrer até 30 de Abril. Os caças ficarão estacionados na base norte-americana da ilha de Okinawa, no Sul do Japão, segundo informações não confirmadas pela agência.

A Assembleia Nacional do Povo da Coreia do Norte tem prevista para esta segunda-feira a sua sessão plenária anual. Não se espera, segundo a AFP, qualquer anúncio surpreendente.

“O Norte jogou a maior parte das suas cartas políticas, não creio que novas ameaças concretas saiam desta reunião”, comentou Cho Han-Bum, analista do Instituto para a Unificação Nacional da Coreia, de Seul. “Dará, provavelmente, uma mensagem simbólica, por exemplo um apelo a todos os norte-coreanos para estarem preparados para uma possível guerra”, acrescentou.

No domingo, o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, presidiu a uma reunião do comité central do partido único, que decidiu que o direito da Coreia do Norte a possuir armas nucleares “deve estar inscrito na lei” e que o arsenal militar do país será melhorado “em quantidade e qualidade”

A Rússia apelou no fim-de-semana à “responsabilidade e à contenção máxima” das duas Coreias e dos Estados Unidos. O secretário norte-americano da Defesa, Chuck Hagel,  disse que Washington não se deixa intimidar por ameaças bélicas de Pyongyang.

Os dois países continuam tecnicamente em guerra porque o conflito coreano de 1950-1953 acabou com um armistício e não com um tratado de paz. A península coreana é regularmente abalada por picos de tensão que seguem normalmente o mesmo esquema: ameaças que vão subindo de tom, seguidas de desaceleração e regresso à calma.  
 
 

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