CDS censura PS e o PSD por chumbo da audição ao director de Informação da RTP

Deputado Raul Almeida diz estar “perplexo e preocupado” com o chumbo da audição de Paulo Ferreira.

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CDS diz que a TP está transformada numa "coutada política" do PS e do PSD Pedro Cunha / Arquivo

O deputado do CDS Raul Almeida criticou nesta quarta-feira o PSD e o PS pelo facto de terem chumbado o requerimento que o partido apresentou, solicitando a presença do director de Informação da RTP no Parlamento para explicar os critérios de escolha de comentadores políticos, afirmando que o chumbo do requerimento foi uma “vitória do bloco central”.

Avisando que o CDS não desistirá dessa intenção, Raul Almeida disse numa declaração aos jornalistas no Parlamento estar “perplexo e preocupado” com o chumbo e considerou que o serviço público de televisão está transformado numa "coutada" do "bloco central".

O requerimento do CDS foi apresentado na semana passada logo que foi conhecida a contratação pela televisão pública do ex-primeiro-ministro José Sócrates como comentador político. O requerimento foi chumbado na terça-feira pelos deputados do PSD e do PS que integram a Comissão Parlamentar de Ética.

"Estamos em processo de reflexão para ver que passos daremos a seguir para obter esclarecimento. Ainda não decidimos quais os passos, existem diversos mecanismos para tentar obter esclarecimento, mas o que posso dizer é que não desistiremos de obter esse esclarecimento", sublinhou Raul Almeida, que é também presidente da distrital do CDS de Aveiro.

O deputado do CDS justificou a oposição do partido, afirmando que este "foi um pedido de esclarecimento em plena liberdade e respeitando a liberdade editorial", reiterando a sua incompreensão por estas "escolhas e o porquê da RTP, serviço público pago com o dinheiro de todos os contribuintes, estar transformada numa coutada de apenas dois partidos políticos". Raul Almeida reiterou que esta "não é uma luta de hoje" e que o seu partido "tem ao longo do tempo chamado à atenção para esta coutada política no serviço público de televisão".

Ao ser questionado pelos jornalistas sobre se esta posição não teria sido numa "pequena vingança" do PSD devido às críticas que o CDS tem vindo a fazer em relação do seu parceiro de Governo, reclamando uma remodelação governamental e o aumento do salário mínimo nacional, o deputado recusou fazer qualquer comentário. "Não vou comentar, não vou comentar", disse.
 

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