O presidente executivo da Iberia, Rafael Sánchez-Lozano, demitiu-se do cargo, num momento em que a transportadora aérea espanhola enfrenta um profundo plano de reestruturação para recuperar dos prejuízos, depois de ter chegado a acordo com os sindicatos para travar as greves contra os cortes salariais e os despedimentos.

O grupo IAG, que nasceu da fusão entre a Iberia e a British Airways, anunciou a decisão num comunicado emitido pela Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV), o supervisor dos mercados de capitais em Espanha, noticia o diário espanhol "Cinco Días". Sánchez-Lozano “decidiu renunciar por mútuo acordo ao cargo de administrador delegado da Iberia e de conselheiro da administração do IAG com efeitos imediatos”, lê-se na nota.

Sánchez-Lozano será substituído por Luis Gallego, que era até agora responsável pela Iberia Express, a subsidiária da companhia de aviação espanhola dedicada ao segmento low cost e que acaba de completar um ano de operação.

O presidente executivo do grupo IAG, Willie Walsh, agradeceu nesta quarta-feira “o importante trabalho e compromisso com a Iberia” do até agora presidente da companhia de aviação espanhola. “Ele liderou a empresa durante um período muito difícil, no meio de uma profunda recessão, e colocou em marcha o primeiro passo importante para a recuperação e rentabilidade da Iberia”, acrescentou Walsh.

Já em relação a Gallego, o presidente executivo do grupo IAG disse que “tem uma vasta experiência em diferentes companhias de aviação internacionais, tendo tido um papel decisivo” na “criação de uma transportadora aérea de grande êxito”, referindo-se à Iberia Express. O novo presidente executivo da Iberia chega com o compromisso de criar “um crescimento rentável” na empresa, disse Walsh.

Sánchez-Lozano deixa o cargo depois de a companhia de aviação ter conseguido chegar a acordo com os sindicatos para travar as sucessivas greves que enfrentava desde finais do ano passado. Com o apoio de um mediador do Governo e cedências nas imposições feitas pela empresa, os trabalhadores concordaram suspender os protestos por seis meses.

O plano de reestruturação agora em curso vai envolver o despedimento de 3141 funcionários, menos 700 do que inicialmente previsto. Além disso, os salários serão reduzidos entre 7% (para o pessoal de terra) e 14% (para os tripulantes e pilotos), quando inicialmente a Iberia propunha um corte que poderia chegar aos 35%.

Este plano foi desenhado para travar os prejuízos da Iberia, que atingiram 545 milhões de euros em 2012, elevando para 997 milhões as perdas globais do IAG. O grupo teve um resultado operacional negativo 23 milhões de euros, que compara com o lucro de 485 milhões registado um ano antes.