Portugal com mil novos casos de infecção por VIH em 2012

Entre 1983 e 2013 foram notificados oficialmente cerca de 43 mil portadores da infecção VIH/sida. Director do programa nacional para a infecção diz que tendência é de descida

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António Diniz lembra que um dos objectivos do programa nacional para o período 2012-2016 é reduzir em 25% o número de infecções Pedro Maia

Portugal registou no ano passado mil novos casos de infecção pelo VIH. O que significa uma redução em relação a 2011. Os números, ainda provisórios, foram divulgados hoje, em Lisboa.

"Os dados disponíveis nos finais de Fevereiro indicavam que em 2012 teriam sido notificadas mil pessoas. Em 2011, os dados, que são mais consistentes, apontavam para 1355 pessoas", disse o director do Programa Nacional para a Infecção VIH/sida, António Diniz.

 


Em declarações à margem da II Conferência sobre a infecção VIH em grupos de difícil acesso (que incluem, por exemplo, os trabalhadores do sexo), António Diniz ressalvou que este número pode ainda subir porque "vão chegar mais notificações atrasadas referentes ao ano de 2012". Ainda assim, está confiante de que as contas finais vão revelar "uma descida."

 


O coordenador do programa nacional da Direcção-Geral da Saúde disse que a "prevalência estimada" da doença em Portugal se situa nos 0,6 a 0,7 por cada 100 mil habitantes. "São números que não nos colocam numa posição privilegiada no contexto europeu, mas que pretendemos baixar significativamente."

 


Lembrou, de resto, que um dos objectivos do programa nacional para o período 2012-2016 é reduzir em 25% o número de casos de infecção e baixar para metade o número de casos de sida — "a forma mais avançada de doença".

 


Entre 1983 e 2013 foram notificados oficialmente cerca de 43 mil portadores da infecção VIH/sida. "Desse total de 43 mil, temos vindo a assistir a uma diminuição do número de pessoas que todos os anos são notificadas como sendo portadoras da infecção."

 


Sobre o tema da conferência, infecção por VIH em grupos de difícil acesso, nomeadamente homens que fazem sexo com homens e trabalhadores sexuais, o especialista disse que a prevalência da infecção nestes grupos e populações mais vulneráveis é "francamente mais elevada" do que na população em geral. E defendeu que é necessário ter "uma atenção muito particular em relação a alguns grupos ou subpopulações, que têm um mais difícil acesso aos cuidados de saúde".

 


António Diniz lembrou que "a forma mais prática e mais barata de impedir a transmissão da doença, nomeadamente por via sexual — a que predomina largamente em Portugal —, é através da utilização do preservativo".

 


"A segunda forma é que as pessoas que já estão infectadas saibam o mais precocemente possível o seu diagnóstico", para que tenham acesso aos cuidados de saúde necessários, diminuindo a possibilidade de serem "um foco da transmissão".

"Quando as pessoas estão a fazer o tratamento e estão controladas, a sua possibilidade de transmissão a outra pessoa baixa significativamente", sublinhou.
 

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