Administradora há 28 anos na banca vai gerir liquidação do Laiki

Andri Antoniades foi nomeada nesta segunda-feira pelo banco central do país para avançar com plano de reestruturação previsto no acordo firmado com a troika.

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Ainda não há uma data concreta para a reabertura dos bancos no país REUTERS/Yannis Behrakis

O banco central de Chipre anunciou nesta segunda-feira a nomeação de Andri Antoniades, uma administradora com 28 anos de experiência no sector da banca, para liderar o processo de liquidação do Laiki, a segunda maior instituição financeira do país, que será alvo de um desmantelamento, de acordo com o plano de resgate negociado com a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional.

Antoniades é actualmente membro do instituto que representa os revisores oficiais de contas e está há 25 anos no grupo financeiro HSBC, tendo ocupado o cargo de presidente executiva nos últimos cinco anos. A gestora da liquidação do Laiki é também directora-geral do National Bank of Cyprus desde 2010.

No comunicado divulgado nesta segunda-feira pelo banco central de Chipre, que dava conta da nomeação de Antoniades, refere-se apenas que a sua tarefa será “concretizar a reestruturação” do banco, que também envolverá a maior instituição financeira do país, o Banco de Chipre.

O acordo assinado com a troika prevê um empréstimo de 10 mil milhões de euros e implica o desmantelamento do Laiki, depois de transferidos os activos “sãos” do banco e os depósitos inferiores a 100 mil euros para o Banco de Chipre.

Os depósitos acima daquele valor, os accionistas e os detentores de títulos do banco serão chamados a contribuir na reestruturação, embora não sejam ainda conhecidos os moldes destas medidas. Sabe-se, para já, que os depósitos superiores a 100 mil euros no Banco de Chipre vão ter um corte de 30% de acordo com informações prestadas por um porta-voz do Governo cipriota.

O Laiki será, no entanto, responsável pela maior contribuição. Este banco, que reunirá todos os activos “maus”, começará a ser desmantelado desde já. Estima-se que esta operação seja suficiente para contribuir com 4200 dos 7000 milhões que as duas instituições financeiras vão ter de gerar para evitar a falência.

Dez dias depois do encerramento forçado dos bancos em Chipre, ainda não há uma data calendarizada para que reabram as portas. Existia a expectativa de que esse passo fosse dado já esta terça-feira, mas com a aprovação do plano de resgate ao país, o ministro das Finanças não quis comprometer-se com um calendário.

Michalis Sarris recusou-se a avançar com uma data concreta para a reabertura dos bancos, afirmando que tal acontecerá “assim que possível”, noticiou a AFP. “Será necessário encontrar um equilíbrio entre a prudência e a estabilidade”, acrescentou o ministro das Finanças de Chipre, durante a conferência de imprensa em que foi anunciado o resultado das negociações com o Eurogrupo, a partir de Bruxelas.

As incertezas quanto à reabertura dos bancos no país surgem numa altura em que os levantamentos nas caixas automáticas estão ainda mais limitados. No sábado, o Banco de Chipre impôs um novo tecto máximo de 120 euros por dia, enquanto o Laiki fixou o limite em 100 euros, quando anteriormente a fasquia estava nos 260 euros diários.
 

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