Rui Moreira é candidato ao Porto e oficializa candidatura na terça-feira

CDS vai apoiar presidente da Associação Comercial do Porto e rompe entendimento com PSD que dura há 12 anos na cidade.

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Rui Moreira nFactos/Ricardo Castelo

Rui Moreira escolheu o dia do Pai, 19 de Março, para anunciar a sua candidatura à presidência da Câmara do Porto, pondo um ponto final nas dúvidas e reservas que existiam em relação à sua vontade em disputar as eleições autárquicas.

A primeira data que foi pensada foi o dia 21 de Março, quando entra a Primavera, mas o facto de a Casa da Música, onde vai ser feita a apresentação da candidatura, não estar disponível, levou o núcleo duro de Rui Moreira a antecipar a data em dois dias. Esta antecipação vem de, resto, ao encontro de muitos dos apoiantes do presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), que consideram que deve ir para o terreno marcar o seu espaço. Mas há quem defenda que o ideal era adiar para Abril a formalização da candidatura, para que o candidato não se desgaste desnecessariamente, uma vez que se trata de uma personalidade conhecida, com “notoriedade absoluta”.

O CDS vai apoiar a candidatura deste empresário, embora o apoio oficial só vá acontecer depois de a candidatura ser apresentada e de os militantes se pronunciarem em plenário sobre a candidatura independente.

O apoio oficial do PP a Rui Moreira rompe com o entendimento político com o PSD que existe na Câmara do Porto e que dura há 12 anos.

Preparado para a “difícil caminhada” que o espera, como afirma o histórico fundador do PSD, Miguel Veiga, o empresário tem recolhido diversos apoios de peso, entre os quais figuram alguns rostos da área do PSD. Os antigos ministros de Cavaco Silva, Arlindo Cunha e Valente de Oliveira, o advogado Miguel Veiga e o banqueiro Artur Santos Silva estão entre os subscritores do seu manifesto.

Odete Patrício, directora-geral da Fundação de Serralves, Rui Amaral  antigo secretário de Estado, Bento Amaral, enólogo, Eduardo Paz Barroso, antigo Director do Teatro Nacional São João, Cristina Pimentel, directora do museu do carro eléctrico, Paulo Azevedo, ex-director geral do BCP e o empresário João Talone são outros dos apoios com que o candidato pode contar.

A lista de apoiantes, segundo disseram ao PÚBLICO, tem vindo a engrossar, sendo de destacar o envolvimento de “muitos” jovens que se preparam para fazer campanha ao lado do presidente da Associação Comercial do Porto.

Numa entrevista recente à Rádio Renascença há cerca de um mês, o presidente da ACP disse que a candidatura do ainda presidente da Câmara de Gaia, que vai disputar o mesmo eleitorado que a sua candidatura, disse temer que “algum caudilhismo” leve o Porto a perder uma excelente base de partida que agora tem, ou seja, que Menezes hipoteque o futuro do Porto com propostas populistas e irrealizáveis.

O lançamento no início de Fevereiro do movimento “Manifesta-se, dá um manifesto ao Porto, dá o Porto ao Manifesto”, foi apoiado por uma centena e meia de personalidades e evidencia uma vontade de “recriar a cidade para todos, juntando a regeneração urbana às políticas sociais e combatendo, sem tréguas, os focos de pobreza”. O texto destaca a importância de “atrair investimento, chamar negócios e gerar emprego, promovendo a cidade fora e dentro, como espaço de negócios, iniciativa e concorrência cada vez mais escasso e injusto”.

O manifestado não esquece um dos aspectos que o candidato considerar crucial: a segurança. E nesse sentido realça a necessidade de “melhorar a qualidade de vida da cidade, combatendo a insegurança”, particularmente nos bairros sociais.

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