Medicamento em carne de cavalo: ASAE diz que não há risco para a saúde pública

Comunicado esclarece que não está em causa uma situação de falta de controlo sobre esta matéria.

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O anti-inflamatório encontrado nas amostras de carne é frequentemente administrado em animais. Daniel Mihailescu/AFP

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) garante que os níveis de fenilbutazona encontrados nas amostras de alimentos com carne de cavalo não constituem risco para a saúde pública.

Com base em análises efectuadas até ao momento, a ASAE ressalva, em comunicado divulgado esta sexta-feira, que “não existe qualquer resultado positivo em produtos com origem nacional”.

Embora tranquilize os consumidores em relação ao risco da ingestão deste medicamento, a ASAE indica que vão ser mantidas as “acções de controlo e vigilância de mercado, nomeadamente pela colheita de amostras e pela fiscalização dos operadores económicos”.

A fenibutazona é uma substância com acção anti-inflamatória, antipirética e analgésica, que é frequentemente utilizada em cavalos de corrida. Nos seres humanos tem sido receitada a doentes com artrite reumatóide, mas o seu uso em animais destinados à alimentação humana é proibido.

Reagindo à descoberta da presença de fenibutazona em cavalos abatidos no Reino Unido, a Agência de Segurança Alimentar britânica esclareceu que, nos níveis detectados, “uma pessoa tinha de comer entre 500 e 600 hambúrgueres por dia, compostos inteiramente de carne de cavalo, para se aproximar da dose limite diária para o homem” desta substância.

Os primeiros vestígios de carne de cavalo encontrados em produtos vendidos na Europa como sendo 100% de carne de vaca foram detectados na Irlanda, em Janeiro. Desde então, os casos têm-se multiplicado: França, Alemanha, Noruega, Itália, Espanha e Portugal estão entre a quinzena de países europeus que se viram obrigados a retirar produtos de comercialização.

Na semana passada, a ASAE apreendeu, para análise, mais de 45 toneladas de carne à venda no mercado português, sob suspeita de conter vestígios de cavalo. Recolheu também mais de 12 mil embalagens de lasanha produzida no Luxemburgo e comercializada em Portugal pelo grupo Jerónimo Martins, entretanto já retiradas das lojas.

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