JSD exige ao Governo mudanças no regulamento das bolsas do ensino superior

Mais de 1500 estudantes já foram excluídos. JSD sustenta que esta situação "não é admissível".

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Os dados sobre alunos excluídos dizem apenas respeito a universidades públicas Fábio Teixeira

A JSD exigiu nesta quinta-feira a revogação da norma que proíbe a atribuição de bolsas a estudantes do ensino superior oriundos de famílias com dívidas às finanças ou à segurança social.

 

Este ano lectivo já foram recusadas bolsas por este motivo a mais de 1500 estudantes, segundo revelou um estudo feito pelos Serviços de Acção Social, divulgado sábado pelo PÚBLICO.

"Hoje, em Portugal, não é admissível que um estudante que tem direito à bolsa de acção social por força do rendimento do seu agregado familiar fique de fora da protecção da acção social porque os seus pais, porque o seu agregado familiar, tem dívidas às finanças ou à segurança social", afirmou o líder da JSD, Hugo Soares, em declarações aos jornalistas no Parlamento. Esta prática está a discriminar negativamente "os cidadãos que já estão mais desprotegidos", denunciou.

Por essa razão, acrescentou, “a JSD pede, solicita e exige ao senhor secretário de Estado [do Ensino Superior] que faça novo despacho, que revogue esta norma com efeitos retroactivos e que aqueles estudantes que ficaram de fora das normas de acesso à bolsa de acção social por força desta matéria sejam agora contemplados com a acção social e possam inscrever-se no ensino superior”.

O estudo divulgado pelos Serviços de Acção Social apenas tem dados respeitantes às universidades públicas. Quando forem contabilizados os institutos politécnicos e as instituições de ensino privadas, o número de excluídos devido a dívidas das famílias deverá duplicar. Em Setembro, as associações de estudantes do ensino superior lançaram uma petição contra a exclusão do direito à bolsa por motivos familiares, mas o Governo manteve-se irredutível na necessidade de manter essa regra.

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