PSD acusa Seguro de "pôr na boca" do PM afirmações que ele não fez sobre salário mínimo

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Campos Ferreira diz que seguro está a fazer política de forma leviana

O deputado do PSD Luís Campos Ferreira acusou nesta quarta-feira o secretário-geral do PS de fazer política "de forma leviana" por "pôr na boca" do primeiro-ministro uma afirmação sobre o salário mínimo que ele não fez.

À saída do debate quinzenal no Parlamento, António José Seguro criticou o primeiro-ministro por recusar a proposta do PS para aumentar o Salário Mínimo Nacional (SMN) e "ainda diz que se pudesse baixava".

"Todos estão disponíveis para debater este assunto e a fazer um esforço para aumentar o SMN no âmbito da concertação social, a par obviamente de outras medidas. E é o primeiro-ministro que vem recusá-las e ainda diz que se pudesse baixava o salário mínimo? Mas que primeiro-ministro é este?", criticou Seguro.

Em declarações aos jornalistas, o deputado do PSD Luís Campos Ferreira frisou que o primeiro-ministro "disse exactamente o contrário", ou seja, que "não tinha intenções de baixar o salário mínimo, que não o deveria fazer porque isso não resolveria problema nenhum porque em Portugal o Salário Mínimo já é infelizmente baixo".

"António José Seguro, ao pôr na boca do primeiro-ministro esta afirmação está a demonstrar uma forma leviana de fazer política que não é o que o país precisa neste momento", criticou o deputado social-democrata.

"Era recomendável que a política fosse feita com mais verdade, com mais rigor e que não fosse feita difamando, colocando na boca dos outros aquilo que eles não disseram e fazendo acusações que ele sabe que não são verdadeiras apenas para tirar vantagem de opinião dessas acusações", criticou.

No debate quinzenal, em resposta ao secretário-geral socialista, Passos Coelho tinha defendido que quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego "a medida mais sensata que se pode tomar é exactamente a oposta, ou seja, baixar o salário mínimo nacional.

"Foi isso que a Irlanda fez no início do seu programa [de ajustamento] mas a Irlanda tinha um nível de salário mínimo substancialmente maior do que o nosso e por isso, presumo eu, o governo socialista não incluiu tal cláusula no memorando de entendimento e nós não também não a quisemos adoptar", disse Passos Coelho, acusando Seguro de "aparecer ao país com demagogia" e de fazer propostas que contrariam "o sentido de responsabilidade".

O primeiro-ministro afirmou numa fase posterior do debate que só pondera a possibilidade de discutir o aumento do salário mínimo em concertação social quando a economia começar a crescer e levada por ganhos de competitividade.

 

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