Câmara promete remover pedras soltas da calçada a pensar na manifestação contra a troika

A PSP vai estar atenta aos manifestantes e espera que a manifestação seja “ordeira”.

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Pedras atiradas na manifestação de 14 de Novembro de 2012 contra a polícia Miguel Manso

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) prometeu retirar todas as pedras da calçada soltas que se encontrem na Praça Marquês de Pombal, resultado das obras que aí decorrem. “Até ao final do dia, os trabalhadores vão retirar todas as pedras que estejam soltas”, disse ao PÚBLICO uma fonte da CML.

Esta decisão pode ter surgido de um pedido feito pela PSP à CML para que retirasse ou cobrisse essas mesmas pedras, para “evitar o seu lançamento” na manifestação convocada para sábado contra as forças policiais e evitar ferimentos entre os manifestantes, segundo apurou o PÚBLICO junto do Gabinete de Imprensa e Relações Públicas da PSP.

O PÚBLICO subiu a Avenida da Liberdade e circundou a Praça do Marquês de Pombal a meio da tarde. Na avenida ninguém andara ainda a fazer limpeza específica de pedras ou objectos que se possam arremessar. Nos jardins laterais da avenida há pedras soltas na terra das bases das árvores e calçada "esfarelada" aqui ou ali.

No Marquês de Pombal mantém-se o estaleiro das obras, onde máquinas e homens ainda trabalham e ninguém está a fazer limpezas ou arrumações. Há diversos montes de areia, brita, cascalho e paralelepípedos grandes e pequenos para a típica calçada à portuguesa que ali vai aparecer no chão. Encontram-se também pedras espalhadas, canos, paletes de madeira, lambrins de pedra compridos para aplicar na beira dos passeios, pedaços de alcatrão que foi arrancado do chão, grades de ferro e rede, pás e carrinhos de mão.

A PSP afirmou que está a preparar várias medidas de segurança para a manifestação do movimento Que se Lixe a Troika.

Apesar de a manifestação contar com o apoio de vários movimentos de cidadãos, a PSP diz "não ter receio" ao ponto de adoptar medidas extraordinárias. “As manifestações são ordeiras e não exigem muito cuidado”, acrescentou a mesma fonte da PSP. No entanto, a polícia afirma que vai estar “sempre a monitorizar” a manifestação para o caso de ser necessário intervir.

Questionada sobre a possibilidade de os manifestantes se deslocarem até ao Parlamento, a PSP diz que se houver “movimentações nesse sentido” vai acompanhar os manifestantes.

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, espera que a manifestação decorra de forma "ordeira e responsável". Em declarações à TVI, disse que "a polícia e as forças de segurança vão cumprir a sua função".

As medidas adoptadas passarão por isolar “à distância” a rotunda do Marquês de Pombal, em Lisboa, local de partida da manifestação na capital. “A partir de uma certa hora só deixamos passar moradores e ambulâncias. Os transportes públicos também vão ser condicionados.”

O trânsito em Lisboa vai estar condicionado a partir das 14h de sábado. As artérias mais afectadas serão a Avenida 5 de Outubro, a Rua do Viriato, a Rua Tomás Ribeiro, a Avenida Fontes Pereira de Melo e a zona junto ao Marquês de Pombal. A partir das 16h, hora programada para o início da manifestação, a Avenida da Liberdade, a Praça dos Restauradores, a Praça D. Pedro V, a Rua do Ouro e a Praça do Comércio também vão estar fechadas ao trânsito.
 
 
 
 
 

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