PS questiona Governo sobre convocatória de milhares de desempregados

Socialistas relatam casos de desempregados que receberam a convocatória depois do prazo em que deviam apresentar-se nos centros de emprego.

Foto
PS questiona quantos desempregados foram convocados Jorge Silva

O Partido Socialista questionou nesta segunda-feira os ministros da Economia e da Segurança Social, através de um requerimento, sobre as razões que levaram os centros de emprego a convocar milhares de desempregados para alegadamente actualizarem as bases de dados e lhes apresentarem as políticas de emprego disponíveis.

Os deputados Nuno Sá, Miguel Laranjeiro e Sónia Fertuzinhos querem saber se foi feita actualização de dados e se foi apresentada alguma resposta de emprego, frisando que dezenas de desempregados garantem que isso não aconteceu. Os socialistas relatam ainda casos em que os desempregados receberam a convocatória depois do prazo em que deviam apresentar-se nos centros.

O PS pergunta aos ministros quantos desempregados foram convocados e se quem não compareceu será eliminado das bases de dados. Finalmente, os deputados pedem a Álvaro Santos Pereira e a Pedro Mota Soares para revelarem quem deu indicações para estas convocatórias e qual o montante gasto com a operação.

As questões do PS surgem depois de, na semana passada, o PÚBLICO ter noticiado que milhares de desempregados estavam a ser convocados para irem presencialmente aos centros de emprego, com o objectivo de confirmarem se continuam sem trabalho e se pretendem manter a inscrição. Este procedimento terá ocorrido devido a problemas no controlo postal que o Instituto de Emprego e Formação Profissional confirmou não ter ocorrido no mês de Fevereiro.

O deputado Nuno Sá receia que esteja em curso uma operação de limpeza de desempregados, para tentar reduzir os elevados números do desemprego. O PS refere que “uma operação desta natureza, a ser verdade, levada a cabo pelos centro de emprego com objectivo de branquear a incompetência e a incapacidade do Governo, para além de evidenciar uma conduta ilegal e ilegítima, constitui uma verdadeira afronta aos cidadãos desempregados”. Contudo, já antes, o presidente do IEFP, Octávio Oliveira, afastava qualquer redução artificial do número de desempregados e garantia que a convocatória é normal. O responsável confirmou, em declarações à TSF no domingo, que os serviços convocaram 169 mil pessoas em Janeiro e 179 mil em Fevereiro.
 
 

Sugerir correcção
Comentar