PSP identificou membro do Que se Lixe a Troika

Movimento deu uma conferência de imprensa sobre a manifestação do próximo sábado, mas PSP alega que se tratou de uma manifestação.

A PSP identificou esta segunda-feira um dos elementos do Que se Lixe a Troika no final de uma conferência de imprensa à porta do Aeroporto de Lisboa. O local foi escolhido pelo movimento por ser um local de passagem da equipa da troika que chegou a Portugal para realizar a sétima avaliação do memorando de entendimento.

Segundo Nuno Ramos de Almeida, um dos membros do movimento, no final da conferência de imprensa, uma agente da PSP dirigiu-se ao grupo e pediu a João Gustavo – que foi porta-voz para a comunicação social – a sua identificação. Para evitar “confusão”, Nuno Ramos de Almeida decidiu questionar a agente se poderia ser ele a identificar-se. “Ela disse que sim e, por isso, ficou com o meu nome”, disse ao PÚBLICO, acrescentando que, depois, foi questionado sobre o motivo da conferência de imprensa. “Expliquei à agente que tinha a ver com a manifestação de sábado. Perguntei por que precisava de identificar alguém e ela disse-me que tinha ordens superiores”, explicou Nuno Ramos de Almeida.

Questionado pelo PÚBLICO sobre o motivo da identificação, o subcomissário Jairo Campos afirmou que, segundo as informações de que dispunha, se tratou de “uma manifestação não-autorizada”, pelo que “foi necessário ter conhecimento do nome do representante”. Questionado sobre as alegadas “ordens superiores”, o subcomissário sublinhou que “fazem parte do procedimento normal”, acrescentando que “ninguém actua sem receber ordens”.

Na conferência de imprensa, que decorreu de forma pacífica, o movimento fez uma avaliação “negativa” da troika e do Governo. João Gustavo sustentou que Portugal vive um “ciclo vicioso” e vincou que, no próximo sábado, “os portugueses vão sair à rua para mostrar que o povo é quem mais ordena”.

Esta foi a terceira vez que um elemento do Que se Lixe a Troika foi identificado pela PSP. Também após uma conferência de imprensa de antecipação à manifestação de 15 de Setembro, Mariana Avelãs foi identificada e, posteriormente, constituída arguida e Myriam Zaluar foi acusada de desobediência após ter distribuído folhetos junto a um centro de emprego, em Lisboa, numa iniciativa do Movimento Sem Emprego.
 

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