Portugal coloca dívida de 1500 milhões de euros com forte queda nos juros

Queda nos juros nos bilhetes do Tesouro a 12 meses compensa pequeno aumento nas taxas da dívida a três meses.

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Bilhetes do Tesouro a três meses pagaram mais em juros do que no último leilão Thierry Roge/Reuters

O Tesouro português beneficiou nesta quarta-feira de uma significativa queda nos juros na emissão de 1155 milhões de euros a 12 meses.

Em relação ao último leilão desta maturidade, em Janeiro, a taxa de juro caiu 0,33 pontos percentuais: dos 1,610% para os 1,277%. A procura manteve-se semelhante à do último leilão, superando novamente 2,35 vezes a oferta.

De acordo com o IGCP, o instituto que gere a dívida pública, o Tesouro português conseguiu emitir os 1500 milhões de euros de quantia máxima de dívida a que se tinha proposto.

Foram também colocados 345 milhões de euros em bilhetes do Tesouro com maturidade a três meses. Neste prazo, o IGCP registou uma quebra na procura e uma ténue subida de 0,06 pontos percentuais nos juros.

No último leilão com esta maturidade, também em Janeiro, a taxa de juro ficou nos 0,67%, tendo subindo neste leilão para para os 0,737%.

A falta de apetite dos investidores pela dívida pública a três meses agravou-se mais do que os juros: em Janeiro, a procura fora de 3,7 vezes a oferta, mas, nesta quarta-feira, a procura atingiu apenas 2,4 vezes o valor colocado.

"Houve um ligeiro agravamento na dívida a três meses, mas não muito relevante, e os resultados da emissão a um ano foram bastante bons", afirma Filipe Silva, director das operações de gestão de activos do Banco Carregosa. Numa nota de comentário à emissão desta quarta-feira, o responsável do Banco Carregosa afirma que não eram esperados problemas, já que "a dívida é de curto prazo, sempre mais facilmente absorvida pelo mercado".

Para além do mais, salienta Filipe Silva, as taxas de juro do mercado secundário (comércio de dívida em segunda mão) têm-se mantido estáveis durante as últimas semanas, o que contribuiu para o "sucesso da emissão".

"Os investidores sabem que, se alguma coisa falhar, o Banco Central Europeu estará vigilante para dar assistência, e isso diminuiu bastante o risco da dívida portuguesa nos últimos meses", refere ainda o director das operações de gestão de activos do banco.

 

 

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