Caso Franquelim Alves deixa CDS em silêncio

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Ps fala num Executivo diminuído politicamente Daniel Rocha

A maioria e o Governo ficaram sob fogo de toda a oposição por causa da nomeação de Franquelim Alves, ex-administrador da SLN-BPN, para secretário de Estado. Na resposta, só o PSD falou (o CDS ficou em silêncio) e para acusar as bancadas do PCP, BE e PS de "chicana política".

O caso foi trazido ao plenário desta quinta-feira pelo coordenador do BE. "Quem silenciou o que se passava no grupo BPN-SLN, quem ocultou o que já sabia sobre esta gigantesca fraude não pode ser secretário de Estado, não tem idoneidade para gerir assuntos de Estado", começou por dizer João Semedo.

Pelo PS, Ana Catarina Mendes sublinhou que Franquelim Alves, "não sendo arguido, tem direito ao bom nome", mas criticou a nomeação. "Foi imprudente e escandalosa", disse a socialista, argumentando que "o que está em causa é a avaliação do seu comportamento nas irregularidades gravíssimas e não as ter denunciado".

Numa frase, Ana Catarina Mendes resumiu: "Talvez Franquelim Alves não tenha ficado diminuído civicamente, mas o executivo que o escolheu para governante não pode deixar de ficar diminuído politicamente." 

Pela bancada comunista, o deputado Honório Novo criticou "as manobras de diversão" de que o Governo se socorreu para defender a nomeação de Franquelim Alves e a própria nomeação em si. "É uma questão de idoneidade política para estar num cargo em que tem de defender o interesse público", afirmou Honório Novo, dizendo que a nomeação de Franquelim Alves deveria fazer "corar de vergonha" os deputados do CDS e do PSD que estiveram na comissão de inquérito ao BPN.

Pelo PSD, o deputado Duarte Pacheco gastou parte da sua intervenção a explicar uma injecção de dinheiro no BPN e acusou a oposição de fazer "chicana política" com o caso de Franquelim Alves. E lembrou que o BE é o único partido que tem uma presidente de câmara acusada pela Justiça. Na resposta, João Semedo disse notar a "falta de argumentos" do deputado social-democrata ao apontar o caso de uma autarca bloquista.

E, face ao silêncio da bancada do CDS, que não pediu a palavra para falar sobre este tema, Semedo referiu as palavras do deputado centrista Manuel Isaac a um jornal local em que admitiu como evitáveis episódios como o de Franquelim Alves. 
 

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