Franquelim Alves não tem condições políticas para ser governante, diz Jerónimo de Sousa

Líder do PCP insiste na demissão de novo secretário de Estado.

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Jerónimo: “Esta nomeação é feita demonstrando a verdadeira natureza deste Governo"

O PCP defendeu hoje que Franquelim Alves não tem condições políticas para desempenhar funções como secretário de Estado e considerou que esta escolha demonstra “a verdadeira natureza” do Governo, que “se identifica com os interesses dos poderosos”.

“Esta nomeação é feita demonstrando a verdadeira natureza deste Governo, este personagem, não quero fazer nenhum ataque pessoal, tem responsabilidades directas num processo [BPN] de dimensão política muito elevada e este aval, esta bênção, do primeiro-ministro revela que este Governo está cada vez a mais à frente dos destinos do país”, afirmou o líder comunista, Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP falava aos jornalistas no final de uma reunião com o Movimento Unitário de Pensionistas, Reformados e Idosos (MURPI), na sede do partido.

O líder comunista acusou o Governo PSD/CDS de ter “uma natureza que no essencial se identifica com os interesses dos poderosos, particularmente do sector financeiro e dos grupos económicos”, e defendeu que, “evidentemente”, o novo governante não tem condições para desempenhar funções.

Para Jerónimo de Sousa, a nomeação de Franquelim Alves, antigo administrador da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), como secretário de Estado do Empreendedorismo levanta não uma questão “jurídica ou legal, mas uma questão política”.

O líder comunista afirmou ainda que no primeiro currículo apresentado de Franquelim Alves “curiosamente se omitiram as suas responsabilidades na situação do BPN”, uma “fraude colossal que já custou aos portugueses mais de 3500 milhões de euros do erário público”.

“Como é que é possível que se nomeie um secretário de Estado, alguém que está comprometido com aquele processo que todos conhecemos, a questão é política, à justiça o que é da justiça, à política o que é da política, consideramos que se alguém quiser colocar a questão de ouvir na Assembleia da República naturalmente terá o nosso apoio, mas consideramos que a questão central é a opção política deste Governo com esta nomeação”, sublinhou.

O secretário-geral comunista sublinhou contudo que o que é preciso “não é derrotar este secretário de Estado”, mas “derrotar este Governo e esta política”.

 
 

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