Socialistas exigem demissão de Rajoy por suspeitas de corrupção

Alfredo Pérez Rubalcaba diz que o líder do Partido Popular deixou o país numa situação “inviável, impossível e ingovernável”.

Fotogaleria
Rubalcaba diz que a situação torna-se “mais crítica” para Rajoy a cada dia que passa Juan Medina/Reuters
Fotogaleria
Protestos em Madrid Jon Nazca/REUTERS
Fotogaleria
O envelope como símbolo dos protestos JOSEP LAGO/AFP
Fotogaleria
Protestos em Madrid JOSEP LAGO/AFP
Fotogaleria
Protestos em Madrid CESAR MANSO/AFP
Fotogaleria
Protestos em Madrid Susana Vera/REUTERS
Fotogaleria
Rajoy diz que não se demite PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP

O secretário-geral do Partido Socialista espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, exigiu este domingo a demissão do chefe do Governo, Mariano Rajoy, por ter conduzido a Espanha a uma situação “ingovernável”.

“Deve dar lugar a outro presidente de governo que seja capaz de restituir a credibilidade do país”, lê-se na declaração institucional do líder do PSOE. Já no sábado, Rubalcaba tinha afirmado que a divulgação dos registos de contabilidade paralela de Luis Bárcenas, ex-tesoureiro do PP, que começaram a ser publicados pelo El País na quarta-feira, colocava Espanha numa situação “inviável, impossível e ingovernável”.

O jornal reproduziu vários documentos contabilísticos que alegadamente provam que terá havido uma contabilidade paralela no Partido Popular. Durante duas décadas isso terá permitido aos dirigentes beneficiar de dinheiro recebido de donativos empresariais ilegais.

Os documentos do ex-tesoureiro do PP mostram que Rajoy terá recebido, desde 1997, cerca de 25 mil euros por ano, para além do seu salário oficial. Na lista de Bárcenas surgem também, entre outros, os nomes de Rodrigo Rato, Jaime Mayor Oreja, Francisco Álvarez-Cascos, Javier Arenas, Ángel Acebes e Dolores de Cospedal, actual secretária-geral do PP.

Na contabilidade secreta, para lá dos pagamentos à cúpula do partido, surgem ainda referências a “doações” feitas por empresários, na sua maioria ligados à construção civil. Seria deste dinheiro que entrava na contabilidade paralela do PP que saíam os pagamentos extra aos dirigentes.

No sábado, Mariano Rajoy, negou ter recebido dinheiro “por baixo da mesa” e anunciou que vai tornar pública a declaração de rendimentos. “Nunca recebi nem distribuí 'dinheiro negro' [como os espanhóis designam o dinheiro pago 'à parte' para não ser sujeito a impostos]. Nem neste partido, nem em nenhum sítio”, disse.

Para Rubalcaba, a cada dia que passa a situação torna-se “mais crítica” para Rajoy e para Espanha. “Cada manhã se complicam mais as coisas”, disse Rubalcaba, que, perante o agudizar da crise política, cancelou a sua deslocação a Lisboa, onde deveria participar neste domingo numa reunião da Internacional Socialista.

O jornal El País continua a revelar mais pormenores do escândalo Bárcenas, tendo neste domingo publicado na íntegra as listas secretas do ex-tesoureiro, incluindo aquelas onde aparece o nome de Rajoy.
 

 
 
 
 
 

Sugerir correcção
Comentar