Merkel diz que Grã-Bretanha quer continuar na União Europeia

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Merkel diz que a Alemanha fará o necessário para a economia europeia ser mais robusta Claudio Reyes/Reuters

A chanceler alemã, Angela Merkel, assegurou neste sábado, em Santiago do Chile, que o primeiro-ministro britânico, David Cameron, lhe disse que a "Grã-Bretanha quer continuar a fazer parte da União Europeia".

Numa conferência de imprensa realizada em conjunto com o presidente chileno, Sebastián Piñera, a chanceler indicou que, quando esteve no Fórum Económico Mundial, realizado esta semana em Davos, na Suíça, falou com David Cameron.

"Ele explicou-me que a sua linha de trabalho é a seguinte: a Grã-Bretanha quer continuar a ser membro da União Europeia. Mas indicou que é preciso modificar alguns pontos", disse a governante alemã.

Cameron viajou para Davos depois de anunciar, na quarta-feira, que irá tentar renegociar a relação do Reino Unido com a União Europeia e que, se ganhar as eleições de 2015, convocará uma consulta para perguntar aos cidadãos se querem permanecer no bloco comunitário.

"Temos que debater isto com a Grã-Bretanha. Vamos fazê-lo num plano de amizade, tal como sempre o fazemos na União Europeia", disse a chanceler alemã, acrescentando, no entanto, que Londres também tem de estar aberta a fazer compromissos, mas não especificou quais.

Merkel chegou hoje ao Chile para participar, durante o fim-de-semana, na cimeira da Comunidade dos Estados Latino-Americanos, das Caraíbas e da União Europeia (Celac-UE), onde não estará Cameron, mas o seu ministro da justiça, Kenneth Clarke.

Por seu turno, o presidente chileno, Sebastián Piñera, defendeu que a Grã-Bretanha deve permanecer no seio da UE e pediu para esclarecer quanto antes esta situação para não criar incerteza.

Angela Merkel também disse que a Alemanha está a incrementar o seu consumo interno para que a economia europeia cresça e sugeriu que a Espanha aproveite as suas vantagens competitivas para exportar mais para a América Latina.

"Na Alemanha pensamos estar a fazer a nossa parte para criar uma zona euro robusta", declarou.

A governante acrescentou ainda que "uma política económica expansiva também quer dizer" que os países europeus devem oferecer produtos competitivos ao resto do mundo, como, na sua opinião, devem fazer Espanha, Portugal e a América Latina.

Na sexta-feira, numa conferência de imprensa também com o presidente chileno, o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, defendeu que os países da UE, como a Alemanha, que estão em condições de colocar em marcha políticas expansivas devem fazê-lo porque é necessário que a Europa comunitária cresça.

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