Linha do norte reabre nesta quinta-feira

Queda de grua atrasou trabalhos. Governo ordenou à Refer e à CP a abertura de um inquérito para apuramento das causas deste acidente.

O intercidades embateu na traseira do regional
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O intercidades embateu na traseira do regional Adriano Miranda
O acidente fez 21 feridos, mas apesar do aparato foram todos ligeiros
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O acidente fez 21 feridos, mas apesar do aparato foram todos ligeiros Adriano Miranda
A dificuldade em parar num sinal vermelho poderá ter estado na origem do acidente
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A dificuldade em parar num sinal vermelho poderá ter estado na origem do acidente Adriano Miranda

A circulação na linha ferroviária do norte, interrompida na estação de Alfarelos/Granja do Ulmeiro, no concelho de Soure, desde a noite de segunda-feira devido a um acidente com dois comboios, será retomada nesta quinta-feira, disse a Refer.

A evolução dos trabalhos permite prever que uma das vias será aberta à circulação cerca das 10h. A segunda via deverá abrir ao longo do dia, adiantou a mesma fonte da Refer à Lusa. “As duas vias estarão abertas à circulação, mas não temos ainda uma hora definida para que os trabalhos estejam totalmente concluídos”, acrescentou.

Os trabalhos de remoção dos dois comboios da linha complicaram-se na quarta-feira quando a grua que os tentava retirar também acabou por cair e as condições meteorológicas dificultaram as operações dos técnicos que estão no local. Foi então pedida uma grua de maior dimensão, o que obrigou a remover árvores e bancos da via pública, para se ter espaço para trabalhar. Entretanto, como alternativa, os passageiros têm estado a ser transportados em autocarros entre Pombal e Coimbra, adiantou fonte da CP.

O acidente aconteceu na segunda-feira à noite, às 21h15, quando um comboio Intercidades embateu na retaguarda de um comboio regional, que estava parado à entrada da estação de Alfarelos/Granja do Ulmeiro. O acidente fez 21 feridos, todos ligeiros, 13 deles precisaram de assistência hospitalar. Já tiveram todos alta dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Um mero acaso fez com que o acidente não resultasse numa tragédia. O comboio regional que seguia do Entroncamento para Coimbra e que habitualmente era formado por uma UTE (Unidade Tripla Eléctrica), vinha na noite de segunda-feira com mais uma unidade acoplada, o que perfaz seis carruagens. As três últimas - que vinham sem passageiros porque estes se concentraram na unidade da frente - acabaram por servir de tampão ao embate do Intercidades, cuja locomotiva, mais pesada, entrou pelas carruagens adentro, abrindo-as como se fossem folhas de papel.

Apesar da espectacularidade das imagens de destruição, os poucos passageiros do comboio regional salvaram-se porque iam na UTE da frente e os do Intercidades porque a locomotiva absorveu o choque, evitando que este deformasse as carruagens. O Governo ordenou à Refer e à CP a abertura de um inquérito para apuramento das causas deste acidente, mas um dos problemas é que o gabinete de investigação de acidentes ferroviários está vazio. Até agora já se sabe que ambos desrespeitaram sinais vermelhos, num dos casos porque o maquinista do comboio regional não terá conseguido segurar a composição. Mas há outras explicações possíveis.
 
 

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