"Qual é a pressa?", pergunta Seguro sobre o próximo congresso do PS

Seguro frisa que o seu adversário é o primeiro-ministro. Sobre a eventual corrida de outros socialistas à liderança do PS, o secretário-geral adverte que Portugal vive um "momento de urgência".

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Seguro contrapõe que PS é a alternativa ao actual Governo liderado por Passos Coelho Rui Gaudêncio

O secretário-geral socialista, António José Seguro, perguntou esta quarta-feira “qual é a pressa” em travar-se já a discussão sobre quando se realizará o próximo congresso do PS, se antes ou depois das eleições autárquicas.

“Qual é a pressa?”, interrogou-se António José Seguro, depois de os jornalistas lhe perguntarem quando é que a sua direcção tenciona propor à comissão nacional do PS uma data para a realização do próximo congresso seu partido.

Perante a insistência dos jornalistas nesta questão, o líder dos socialistas repetiu por várias vezes a mesma interrogação: “Qual é a pressa?”.

Em entrevista à Rádio Renascença, Pedro Silva Pereira, ex-ministro da Presidência – cargo em que foi o braço direito do ex-primeiro-ministro José Sócrates – defendeu que o congresso do PS deverá ser marcado para antes das eleições autárquicas –, posição em que foi acompanhado pelo líder da Federação de Aveiro do PS, Pedro Nuno Santos, e pelo ex-ministro Vieira da Silva.

Confrontado com declarações de Pedro Silva Pereira, também em entrevista à Rádio Renascença, segundo as quais o PS ainda não está preparado para governar, o secretário-geral do PS frisou que o seu “adversário é o primeiro-ministro” e contrapôs: “O PS é alternativa, tem vindo a apresentar as suas propostas aos portugueses e ainda [na terça-feira] ficou claro que as nossas propostas são as necessárias e desejáveis para o país”, disse, numa alusão à ideia de Portugal precisar de mais tempo para pagar o empréstimo contraído junto da troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional).

António José Seguro referiu depois que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, “durante dois anos e meio andou a dizer que não havia alternativa à sua política de austeridade do custe o que custar”. “E quando eu dizia que era necessário mais tempo para a consolidação das contas públicas, quando dizia que era necessário menos juros e que era necessário renegociar as condições, o primeiro-ministro dizia que eu não tinha razão. Mas está a ser obrigado a fazer tudo o que eu disse”, advogou o secretário-geral do PS.

Interrogado sobre se acredita que a sua liderança no PS vai ter de enfrentar adversários internos, o secretário-geral socialista advertiu que “Portugal vive um momento de urgência, com uma situação muito complicada”.

“O número de desempregados passa os 16% e temos uma quebra na nossa economia. A minha prioridade é concentrar-me nos problemas do país e trabalhar para encontrar as melhores soluções para resolver os problemas dos portugueses. Essa é a grande responsabilidade que tem o PS e que tem o líder do PS”, frisou.
 
 
 
 

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