Bruxelas: sucesso da emissão de dívida é "mais um sinal da crescente confiança em Portugal"

Portugal elogiado pelo rigor na implementação do programa da troika.

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Comissão Europeia agravou a previsão da recessão em Portugal Foto: Tony Gentile/Reuters

A Comissão Europeia saudou nesta quarta-feira, o sucesso da colocação de dívida soberana pelo Tesouro português, considerando que se trata de mais um sinal da “crescente confiança” em Portugal, resultante da "rigorosa implementação do programa de ajustamento pelas autoridades portuguesas".

A procura pela dívida a cinco anos que o Tesouro português está a tentar colocar na operação de hoje – com um valor indicativo de 1000 a 2000 milhões de euros – terá superado os 10 mil milhões de euros, tendo a aceitação de ofertas fechado pelas 12h, ficando aberta apenas para os mercados americanos.

“A Comissão saúda este passo dado pelo Governo português. Este é mais um sinal da crescente confiança em Portugal, que se tem traduzido numa queda gradual dos juros da dívida nos meses mais recentes”, afirmou o porta-voz dos Assuntos Económicos e Financeiros.

Segundo o executivo comunitário, esta confiança crescente deve-se à “rigorosa implementação do programa pelas autoridades portuguesas, ao apoio amplo ao programa e aos progressos alcançados na resposta à crise ao nível europeu”.

A finalizar, Simon O’Connor sublinhou que, "para manter esta tendência positiva e prosseguir o caminho rumo ao regresso definitivo aos mercados, é importante que Portugal continue a implementar as reformas previstas no programa", essenciais para “melhorar a competitividade da economia e aumentar o seu potencial de crescimento e criação de emprego”.

Segundo informações dada à Lusa por fontes do mercado, a aceitação de ofertas para a linha de dívida que vence em 2017, com cupão 4,35%, deverá ficar aberta apenas para os mercados americanos durante a tarde desta quarta-feira, devendo durante esse período existir uma conference call entre o IGCP e o sindicato bancário que está a liderar a colocação – Barclays, BES, Deutsche Bank e Morgan Stanley – para decidir quanta dívida o Estado aceita vender, segundo as mesmas fontes.

Nessa altura ficará definida qual é a taxa de juro média que Portugal terá de pagar por esta dívida.

A notícia desta operação foi avançada durante a tarde de terça-feira pela Agência Bloomberg, que citava uma pessoa com conhecimento do processo que pediu para não ser citada, por não estar autorizada a falar sobre o tema.

A colocação desta dívida é a primeira linha de Obrigações do Tesouro desde que Portugal pediu ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional e à Comissão Europeia.
 

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