Procura para emissão de dívida portuguesa chega aos 10.000 milhões

As taxas de juro podem ficar nos 5% ou ligeiramente abaixo, dizem fontes próximas da operação.

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Investidores fogem de activos de maior risco e atiram índices bolsistas para quedas elevadas.

A emissão de dívida pública a cinco anos que está a ser realizada esta quarta-feira de manhã pelo Estado português recebeu como resposta dos investidores uma procura de cerca de 10.000 milhões de euros, de acordo com fontes próximas da operação.

Ainda está a ser realizado nesta fase o acerto das ofertas, mas a taxa de juro que poderá resultar desta procura deverá ficar próxima dos 5%, talvez ligeiramente abaixo. Neste momento, a operação está encerrada para o mercado asiático e para o europeu, mas ainda falta o norte-americano. O fecho deverá assim ficar concluído ao início da tarde.

A confirmarem-se estas informações, a procura dos investidores supera significativamente os 2000 milhões de euros que são avançados como sendo o objectivo do Tesouro português. Não está excluída a hipótese de a colocação realizada ser superior, tendo em conta a procura registada. A taxa de juro, por seu lado, poderá ficar ligeiramente acima do valor registado ontem ao fim do dia no mercado secundário, quando a taxa de juro da linha de OT que está a ser reforçada com esta emissão registava uma taxa de 4,9%.

A venda de dívida a cinco anos desta quarta-feira é o primeiro ensaio português de regresso aos mercados de dívida a longo prazo desde que pediu assistência financeira à troika, em Abril de 2011. A última emissão do mesmo tipo - a cinco anos e feita através de um sindicato bancário - foi realizada a 7 de Fevereiro de 2011 e conduziu à colocação de 3500 milhões de euros a uma taxa de 6,4%. Dois meses mais tarde, Portugal teve de solicitar um resgate à troika.

Esta quarta-feira, no mercado secundário, os juros sobem para a dívida portuguesa a cinco anos. Depois de manterem o nível dos 4,8% ao início da manhã, as Obrigações do Tesouro a cinco anos estavam a ser negociadas no marco dos 4,949% por volta das 10h30.

A venda de dívida desta quarta-feira está a ser desenvolvida num esquema de leilão sindicado. Quer isto dizer que, a ajudar o Tesouro português se encontram quatro bancos: Barclays, Deutsche Bank, Morgan Stanley e o português BES. O papel destes bancos é o de ajustar com os investidores o valor que querem comprar da dívida portuguesa que será colocada no mercado.

Notícia corrigida às 13h A operação ainda não está fechada no mercado norte-americano.
 
 
 
 

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