CDS ajusta posição sobre mandatos para apoiar Fernando Seara

Para haver coligação em Lisboa, os centristas têm de aceitar que os autarcas que atingiram o limite de três mandatos se podem candidatar noutro concelho.

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Telmo Correia admite que seria "desejável" uma coligação em Lisboa caso Seara avance para Lisboa Enric Vives-Rubio

O CDS-PP já manifestou o apoio a Fernando Seara, caso venha a ser candidato a Lisboa pelo PSD. Mas para concretizar essa aliança terá de deixar cair as reservas contra os autarcas que já atingiram o limite de mandatos e que apresentam uma candidatura noutro município, como é o caso do actual presidente de Sintra.

O ajustamento da posição do CDS deverá acontecer nos órgãos do partido nas próximas semanas, apurou o PÚBLICO.

Os centristas refugiam-se no argumento de que até agora não houve qualquer posição oficial do partido sobre o assunto, apesar das dúvidas manifestadas publicamente por dirigentes como Nuno Melo (vice-presidente) e Hélder Amaral (ex-coordenador autárquico e vice-presidente da bancada). “Não há qualquer deliberação dos órgãos do partido” em nenhum dos sentidos, afirma Telmo Correia, presidente da distrital de Lisboa do CDS.

Em relação à capital, Telmo Correia afirma que “é desejável uma coligação” e que “seria muito positivo” se Fernando Seara viesse a ser o candidato pelo PSD, “dadas as circunstâncias” e o “combate político” que tem de travar contra o socialista António Costa.

Fernando Seara já cumpriu três mandatos em Sintra (em coligação com o CDS) e caso venha a ser confirmado como candidato do PSD e CDS, o partido de Paulo Portas tem de tornar a sua posição contra estas recandidaturas autárquicas mais flexível.

A lei de limitação de mandatos impôs um tecto ao número de mandatos - três -, mas abriu a porta a que os autarcas se possam candidatar noutro município. Depois de o PSD clarificar que a limitação de mandatos era apenas territorial e não de função, dirigentes do CDS manifestaram uma posição pública contrária.

A divergência ficou, aliás, de fora do acordo autárquico celebrado entre o PSD e o CDS em Outubro passado. Meses antes, os dois partidos tentaram negociar uma clarificação na lei de limitação de mandatos (e que estava incluída no pacote da lei eleitoral autárquica), mas não chegaram a acordo.
 

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