Já terão sido libertados 100 reféns estrangeiros na Argélia

Agência estatal argelina só refere a morte de quatro trabalhadores estrangeiros. Cerco ao complexo de In Amenas prossegue. Islamistas querem fim da guerra no Mali e trocar reféns americanos por dois dos seus homens presos nos EUA

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Tanques argelinos nas imediações de In Amenas AFP

Cerca de 650 reféns foram libertados do complexo de extracção de gás natural de In Amenas, na Argélia, mas 32 estrangeiros ainda estão reféns do comando islamista que atacou aquelas instalações na quarta-feira de manhã, diz a Associated Press.

A agência estatal de notícias argelina, APS, acaba de noticiar que entre os reféns libertados estão 573 argelinos e 100 dos 132 trabalhadores estrangeiros que estavam em In Amenas. No último balanço, tinha sido anunciado que metade dos estrangeiros tinham sido libertados.

Os militantes islamistas, que pertencem a um comando liderado por Mokhtar Belmokhtar, ainda estão no interior das instalações. O Exército argelino quer “um final pacífico” para a crise, diz a APS, citada no site da BBC. Pelo menos um dos atacantes terá sido capturado, noticia o jornal argelino El Watan.

A mesma fonte argelina só dá conta da morte de trabalhadores estrangeiros durante o assalto do Exército argelino, desencadeado na quinta-feira. A APS afirma que não é possível avançar com o “número total” de pessoas que ainda estão reféns e diz que alguns trabalhadores estão escondidos em diversos pontos do complexo de In Amenas.

Vários reféns libertados foram entretanto transferidos de helicóptero para hospitais e uma clínica privada em Argel, adianta o site da revista francesa L'Express. Os Estados Unidos estão a começar a evacuar alguns dos seus cidadãos presentes no complexo, diz a CNN.

Exigências dos raptores
O líder do grupo islamista que mantém os reféns cativos pediu à França para “negociar” o fim da guerra no Mali e propôs trocar os “reféns americanos” por dois islamistas que estão detidos nos EUA, informou, por seu lado, a agência noticiosa da Mauritânia ANI: o paquistanês Aafia Siddiqui e o egípcio Omar Abdel-Rahman, conhecido como "o Xeque Cego" e considerado o cérebro do atentado contra o World Trade Center em 1993 (condenado à pena perpétua).

Citando fontes do grupo de Mokhtar Belmokhtar, a ANI afirma que este propõe ainda “à França e à Argélia negociarem o fim da guerra levada a cabo pela França no Azawad (Norte do Mali)”.

Belmokhtar também quer, segundo as mesmas fontes, “trocar os reféns americanos detidos pelo seu grupo por um egípcio e um paquistanês, presos nos Estados Unidos por acusações relacionadas com terrorismo".

Belmokhtar fez estas exigências num vídeo que “será distribuído aos media”, disseram as fontes islamistas citadas pela ANI.

O Departamento de Estado norte-americano já fez saber que "não negoceia com terroristas".
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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