Portugal não vai enviar efectivos militares para o Mali

Depois de reunir com primeiro-ministro francês, Passos Coelho afirmou o total apoio à intervenção, mas a participação portuguesa será apenas a nível da formação.

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O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, transmitiu esta quinta-feira ao seu homólogo francês a impossibilidade de Portugal participar na intervenção militar do Mali com efectivos no terreno.

"Uma situação que implique efectivos para intervenção militar não é algo que esteja nas nossas possibilidades", afirmou Pedro Passos Coelho na conferência de imprensa conjunta com François Hollande, após o encontro bilateral em Paris.

Num encontro que, assumidamente, foi dominado pela situação no Mali e também pelos últimos acontecimentos na Argélia, Passos Coelho manifestou, no entanto, o "total apoio de Portugal à intervenção muito oportuna e determinante de França no Mali". "Tudo o que se passa no Norte de África está no pleno interesse da Europa, tal como a redução do terrorismo. Os europeus devem estar unidos em torno desta intervenção", afirmou o primeiro-ministro português.

Nesse sentido, acrescentou que Portugal "não deixará de participar naquilo que for definido no quadro da União Europeia, ao nível da formação destinada às forças malinianas", tal como, sublinhou, foi feito na Somália e no Afeganistão.

François Hollande explicou a posição da França, lembrando que a decisão de intervir militarmente ocorreu "na sequência de uma agressão e a pedido do Mali, com apoio pleno dos europeus", e acrescentou que "toda a ajuda é bem-vinda", seja ao nível do transporte de efectivos, de aviões de reabastecimento, de materiais militares e de ajuda humanitária.

Hollande recusou-se a prestar qualquer informação sobre a questão dos reféns na Argélia, sublinhando que "a situação é muito confusa, evolui hora a hora". "Não pronuncio nenhuma palavra que possa pôr em perigo a integridade das pessoas", frisou, rejeitando responder sequer à pergunta sobre se há algum francês no grupo de reféns.

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